Em época de crise hídrica, uma técnica de irrigação na agricultura passou a ganhar destaque, quando o assunto em questão é economia de água. Atualmente, o sistema de irrigação por gotejamento tem merecido cada vez mais a atenção dos produtores brasileiros.
“É uma constatação universal. Basta citar os israelenses que, mesmo com uma enorme carência de água, conseguiram transformar desertos em regiões produtivas. Não há desperdício e o controle pode ser feito por monitoramento”, explica o vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Joel Naegele.
De acordo com especialistas, o gotejamento pode garantir, em média, 40% de economia do volume hídrico, em comparação ao sistema de aspersão. Isso também significa uma economia de consumo de água em torno de 20% a 40%.
“A adoção dessa ferramenta minimiza, de maneira evidente, os efeitos a que estamos sujeitos nessa crise. Acredito que as chuvas vão continuar irregulares e que esse fenômeno será o maior indutor ao uso do gotejamento”, afirma Naegele.
O sistema pode ser visto ainda como um investimento em técnicas de produção sustentável, com valor agregado, atendendo a atual tendência de demanda por parte dos consumidores. “Por aspersão o por inundação as perdas são reais e incalculáveis”, explica o vice-presidente da SNA.
Técnica
Na irrigação por gotejamento, todas as culturas são beneficiadas. A água é aplicada de forma pontual, junto ao sistema radicular da planta, por meio de gotas, diretamente ao solo. Estas gotas, ao se infiltrarem, formam um padrão de umedecimento denominado “bulbo úmido”, que pode ser estendido por toda uma faixa de terra.
Segundo especialistas, a utilização de um volume menor de água favorece a redução dos custos e a ampliação da produtividade. Neste caso, graças ao gotejamento, a planta tem a quantidade necessária de recurso hídrico para crescer, e suas raízes podem ainda receber nutrientes com o auxílio de uma técnica denominada fertirrigação.
Equipe SNA/RJ
Foto de capa: Embrapa/Waldir Aparecido Marouelli