Abramvet realiza cerimônia de posse de sua nova diretoria

Josélio de Moura, novo presidente da Abramvet, e Hélio Sirimarco, vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura. Foto: SNA

Eleita para o triênio 2019/2022, a nova diretoria executiva da Academia Brasileira de Medicina Veterinária (Abramvet) tomou posse nesta quinta-feira (31/10) durante cerimônia realizada no auditório da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA). A solenidade também marcou a posse dos novos membros do conselho fiscal da instituição.

A sessão foi presidida pelo senador e acadêmico Wellinton Antônio Fagundes, que na ocasião representou o presidente do Senado Federal, senador David Alcolumbre.

Ao abrir a cerimônia , o ex-presidente da Abramvet Sebastião Costa Guedes, falou sobre a missão da instituição no desenvolvimento da Medicina Veterinária e na preservação de sua história, e deu as boas-vindas ao novo presidente Josélio de Andrade Moura.

Em seu discurso, Moura falou sobre a importância da Medicina Veterinária e anunciou algumas ações a serem desenvolvidas em sua gestão, entre elas, a reforma do estatuto da Abramvet “para torná-lo mais moderno e adaptado às novas normas do Código Civil”; a elaboração de um dicionário de termos técnicos de Veterinária e a criação do Museu Vivo do Cavalo, em cooperação com o Exército Brasileiro, para preservar as diversas raças de equinos e outras espécies de animais.

“Queremos também trabalhar junto ao Ministério da Agricultura, Conselho Federal de Medicina Veterinária e outras entidades, e ainda com organismos internacionais como o ICCA (Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura), a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) e o Panaftosa”, destacou Moura.

Resultados e desafios

O presidente da Abramvet traçou ainda um breve histórico da incidência de doenças de animais no País ao longo das últimas décadas, ressaltando o trabalho realizado pelos profissionais do setor para a erradicação de enfermidades como a peste suína africana e a febre aftosa. “Hoje somos os maiores exportadores de carne bovina e de frango, e temos uma suinocultura altamente especializada e industrial”, disse.

Ao comentar sobre a missão da Abramvet, Moura declarou que “a Academia deve estar preparada para os desafios do futuro” e acrescentou: “Temos de atuar como catalizadores de ações e ajudar os órgãos a pensar. Temos de construir nossa visão de futuro e levar para as autoridades propostas que contribuam para o progresso do País”.

Wellinton Antônio Fagundes, senador e acadêmico; ex-presidente da Abramvet, Milton Thiago de Mello e Aroldo Corrêa, assessor especial do Ministério da Agricultura. Foto: SNA

Aroldo Corrêa, assessor especial do Ministério da Agricultura, que representou Tereza Cristina, citou palavras da própria ministra dirigidas à Abramvet, afirmando que “a ajuda da Academia é necessária para a construção de um novo ministério”. Corrêa acrescentou que a pasta está à disposição e de portas abertas para os acadêmicos.

Representando o presidente da SNA, Antonio Alvarenga, o vice-presidente da instituição, Hélio Sirimarco, saudou a nova diretoria e desejou “sucesso aos planos da Academia”.

“Bolhas”

Francisco Cavalcanti de Almeida, presidente do Conselho Federal de Medicina Veterinária, destacou a expansão do número de faculdades de Veterinária no País – “de quatro, no passado, chegou-se a 411” – e criticou a oferta de cursos 100% a distância, sem aulas presenciais. “Estamos lutando para modificar isso nos meios legais “, disse, chamando também a atenção para a existência de cursos presenciais que não são submetidos ao aval do Conselho de Medicina Veterinária.

O problema do excesso de faculdades foi uma das questões levantadas pelo ex-presidente da Abramvet, Milton Thiago de Mello, decano da Veterinária brasileira. Para ele, o grande número de cursos é um dos fatores que geram no setor “uma bolha prestes a explodir”.

Outro fator que contribui para “o efeito bolha”, segundo o especialista, é o aparecimento dos chamados “alimentos novos”, entre eles, as carnes artificiais de origem vegetal produzidas em laboratório. “A proteína de origem animal é indispensável ao ser humano e não deve ser substituída”, declarou.

O ex-presidente da Abramvet também citou o crescimento vertiginoso da indústria Pet como ameaça à oferta de alimentos, já que os animais de estimação também se alimentam da proteína da carne. “De um lado há esse crescimento, em contraponto com a fome generalizada no mundo”, observou Thiago de Mello, acrescentando que o mercado Pet em 2018 movimentou a considerável cifra de R$ 34 bilhões.

Avanços

No encerramento da solenidade, o senador Wellinton Fagundes definiu a Abramvet como um “centro de referência do pensamento, uma verdadeira usina de ideias e propostas de políticas públicas”, e falou sobre os avanços da Medicina Veterinária no País. Nesse contexto, destacou a recente assinatura de um acordo que irá garantir o seguro sanitário específico para a avicultura no Mato Grosso (neste caso, será o primeiro estado a contar com esse tipo de benefício). Além disso, Fagundes anunciou um projeto de lei de sua autoria que sistematiza as normas de proteção aos animais em situações de desastre ambiental.

Por fim, o senador anunciou que irá propor à Comissão de Agricultura do Congresso uma audiência pública para que a Abramvet possa divulgar o trabalho desenvolvido pela instituição ao longo das últimas décadas.

SNA

 

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