As exportações de soja do Brasil em 2022 deverão totalizar 77 milhões de toneladas, com ligeira queda de 200.000 toneladas em relação a estimativa divulgada no início de maio, enquanto o processamento da oleaginosa ficará um pouco acima das expectativas, com boas margens para produção de farelo e óleo, informou nesta quarta-feira a associação da indústria Abiove.
A safra de soja do Brasil em 2022, com colheita já encerrada, foi ajustada para 125.5 milhões de toneladas, 100.000 toneladas a mais do que o apontado na estimativa anterior.
Mas o volume, em uma temporada atingida pela seca no Sul no início do ano, ficará 9,60% abaixo do recorde de 2021, segundo a Abiove.
Com isso, as exportações do grão deverão diminuir 9.1 milhões de toneladas na comparação com o recorde histórico de 2021, de 86.1 milhões de toneladas, sendo ainda o menor volume desde 2019 para o maior exportador e produtor de soja.
O processamento no Brasil foi estimado em um recorde de 48.1 milhões de toneladas, 100.000 toneladas acima da estimativa anterior e 300.000 toneladas a mais do que o em 2021, segundo dados da associação que reúne as principais tradings e indústrias do setor.
Com isso, a produção de farelo de soja do país em 2022 foi estimada em 36.8 milhões de toneladas, também ligeiro aumento na comparação mensal, versus 36.77 milhões toneladas em 2021.
A produção de óleo de soja deverá ser de 9.75 milhões de toneladas, contra 9.7 milhões de toneladas na estimativa de maio, ainda com um ligeiro aumento na comparação com 2021 (9.64 milhões de toneladas), apesar de uma mistura menor de biodiesel no diesel no país em 2022.
O consumo total interno deverá cair 100.000 toneladas de óleo na comparação anual, para 7.9 milhões de toneladas, com a redução no biodiesel sendo parcialmente compensada pela demanda para outros usos (óleo refinado para alimentação, gorduras destinadas as indústrias químicas).
A Abiove estima uma redução do consumo para biodiesel de cerca de 4.55 milhões de toneladas de óleo em 2021 para 4.1 milhões de toneladas em 2022, enquanto a demanda para outros usos deve aumentar de 3.5 milhões para 3.8 milhões de toneladas.
Se a mistura de biodiesel no diesel aumentasse de 10% para 12%, como pede o setor, isso geraria uma demanda adicional por óleo no 2º semestre de cerca de 400.000 toneladas, indicou a Abiove.
Já as exportações de óleo de soja do Brasil foram estimadas em 2 milhões de toneladas em 2022, contra 1.8 milhão de toneladas na estimativa anterior e 1.65 milhão de toneladas em 2021, com o País atendendo uma demanda adicional de países que antes compravam o óleo de girassol ucraniano, entre outros fatores.
