Abiove eleva estimativas de produção, exportação e processamento de soja do Brasil

O Brasil deverá ter uma safra, exportação e processamento recordes de soja em 2021, contando com condições climáticas favoráveis de maneira geral e boa demanda pelos produtos, interna e externamente, estimou nesta terça-feira a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), ao elevar as suas projeções.

A associação agora estima a safra do maior produtor e exportador global de soja em 134.8 milhões de toneladas, contra 132.6 milhões de toneladas na estimativa de fevereiro, enquanto a previsão de exportação aumentou para 84 milhões de toneladas, 1 milhão de toneladas a mais em relação ao mês passado.

Com isso, e contando com preços elevados no mercado internacional, a exportação do complexo soja do Brasil (grão, farelo e óleo) deverá gerar divisas históricas de US$ 45.2 bilhões em 2021, contra US$ 44.7 bilhões na estimativa anterior.

Já em 2020  foram registrados US$ 35.2 bilhões, quando a colheita somou cerca de 128 milhões de toneladas, as exportações do grão, 83 milhões de toneladas e o processamento 46.8 milhões de toneladas.

Condições climáticas

As estimativas atuais, disse o economista-chefe da Abiove, Daniel Furlan Amaral, levam em consideração apenas “pontuais” problemas decorrentes de chuvas. No final da semana passada, a associação dos produtores (Aprosoja) reduziu a sua estimativa para cerca de 128.57 milhões de toneladas devido ao efeito da umidade excessiva.

“Naturalmente a chuva afeta a qualidade de maneira considerável. Isso é ruim e o teor de umidade sobe muito”, afirmou Amaral ao ser questionado. “Com relação a perdas no campo, por enquanto são pontuais e localizadas, mas nada impede que façamos novas avaliações até que se encerre a colheita”.

Reavaliação

Com base no número atual, a Abiove estima um aumento de safra de mais de 5% em relação a temporada passada, enquanto a Aprosoja projeta um crescimento de 3%.

Segundo Amaral, ainda que a safra eventualmente seja reavaliada para baixo mais adiante, o Brasil ainda teria espaço para exportar mais, considerando que a associação agora estima estoques maiores. “Podemos reavaliar a safra. No caso de esmagamento e exportações, pode ser que seja para cima”, disse ele.

A Abiove também elevou estimativa de esmagamento de soja do Brasil em 2021 para o recorde de 47 milhões de toneladas, contra 46.3 milhões de toneladas em fevereiro, na comparação com as 46.8 milhões de toneladas em 2020.

Estoques

A Abiove aumentou ainda a estimativa de estoques iniciais de soja do Brasil em 2021 para 2.9 milhões de toneladas, contra 328.000 toneladas na projeção de fevereiro.

Amaral citou que os estoques nos Estados Unidos estão relativamente baixos e que a Argentina teve quebra de safra, o que favorece a formação de preços para a soja, o principal produto de exportação do Brasil.

Além de questões relacionadas à oferta, o cenário de preços é firme com a continuidade da forte demanda chinesa, além das importações consistentes de farelo pela União Europeia e Sudeste asiático.

 

Fonte: Reuters

Equipe SNA

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