ABIC acredita que abastecimento do setor cafeeiro será apertado em 2015

Diretor executivo da ABIC, Nathan Herszkowicz, que está ao lado do vice-presidente de qualidade da entidade, Pavel Cardoso, diz que “este ano vamos utilizar provavelmente toda a safra e mais os estoques remanescentes –indústrias, armazéns gerais, exportadores, etc.”. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação
Diretor executivo da Abic, Nathan Herszkowicz – que na imagem está ao lado do vice-presidente do setor de Qualidade da entidade, Pavel Cardoso – diz que neste ano “vamos utilizar provavelmente toda a safra (de café) e mais os estoques remanescentes – indústrias, armazéns gerais, exportadores, etc.”. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação

“No momento, a atenção da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) é com relação ao abastecimento que, de acordo com as informações que nos chegam, levam a crer que será apertado”, disse o diretor executivo da entidade, Nathan Herszkowicz, durante o lançamento da 11ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil, no dia 30 de abril, em São Paulo. O encontro reuniu representantes do varejo supermercadista, industriais, proprietários de cafeterias e imprensa.

Herszkowicz explicou que a Abic não conta com um levantamento próprio da safra e, por isso, trabalha com informações que vêm do mercado, dos produtores, das cooperativas e da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Todas elas indicam, por enquanto, um abastecimento apertado. Evidente que, para isso, será muito importante conhecer os tamanhos dos estoques físicos que ainda serão divulgados pela Conab. Mas de qualquer forma os números sempre levam mais ou menos à seguinte equação: a exportação brasileira foi de 36 milhões de sacas em 2014, e há uma expectativa dos exportadores de repetir volume semelhante ou um pouco menor. A indústria de café acredita que nós vamos chegar aos 21 milhões de sacas”, ressaltou o diretor da Associação.

Em sua opinião, isto significa que no Brasil, em 2015, “vamos utilizar provavelmente toda a safra, cujo número gira em torno de 46 a 47 milhões e mais os estoques remanescentes – indústrias, armazéns gerais, exportadores, etc.”.

Para Herszkowicz, esta conta não permite, em princípio, imaginar se haverá excedentes, mas mostra que o abastecimento será justo.

“Se de fato for muito apertado, teremos como resultados cotações firmes que tendem a apresentar uma volatilidade grande até o fim da colheita”, destacou. Ele também esclareceu que “ainda não está no pico da entressafra, que ocorre em maio, junho e, antes de entrar a nova safra, percebemos que os preços do café se movimentaram para cima”.

“Talvez esta seja a tendência no segundo semestre: volatilidade com momentos de alta, momentos de recuperação de preços e momentos de baixa realização de lucros. Mas o cenário mais provável é de um abastecimento justo, consumindo tanto a safra quanto os estoques.”

CONCURSO

Evento tradicional da cafeicultura brasileira, a Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil chegou ao mercado com marcas produzidas com os grãos vencedores do Concurso Nacional Abic de Qualidade do Café – Safra 2014, selecionados por meio do concurso e adquiridos em leilão por torrefações e cafeterias.

Presidente em exercício da Abic, Ricardo Silveira entrega o prêmio ao grande campeão do Concurso Nacional Abic de Qualidade do Café – Safra 2014, o produtor baiano Antônio Rigno. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação
Presidente em exercício da Abic, Ricardo Silveira entrega o prêmio ao grande campeão do Concurso Nacional Abic de Qualidade do Café – Safra 2014, o produtor baiano Antônio Rigno. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação

A 11ª Edição Especial – Safra 2014 tem como característica a participação de indústrias de porte médio e atuação regional, além de cafeterias. Os lotes vencedores do concurso, disputado pelos finalistas dos certames regionais, são colocados à venda durante leilão e adquiridos por indústrias e cafeterias. Cuidadosamente industrializados, estes cafés chegam aos supermercados, lojas gourmet e cafeterias, em edição limitada e identificada com selo numérico.

A 11ª Edição Especial dos Melhores Cafés do Brasil – Safra 2014 é integrada pelas seguintes marcas: Café Ghini (PR), Café Sobesa (BA), Café Baronesa (MG), Café Supremo Arábica (SP), Café Caiçara (SP), Café Odebrecht (PR), Café do Chef (DF), e pelas cafeterias Santo Grão e Il Barista (SP), Armazém do Café (RJ) e Duetto Café (PR).

PREMIAÇÕES

O produtor campeão e também campeão da categoria “Cereja Descascado” foi Antônio Rigno de Oliveira, do município baiano de Piatã. Seu lote de seis sacas foi totalmente arrematado, sendo duas adquiridas pelas empresas Grupo 2 Irmãos (Café Ghini) e Sobesa Indústria de Alimentos (Café Sobesa), que formaram o Consórcio Qualidade Brasil. Elas pagaram R$ 5.000 por cada saca, cerca de dez vezes acima da cotação do mercado. Este foi o maior valor de aquisição pago por saca, segundo a Abic, o que rendeu para as empresas o título de campeãs da Categoria Ouro.

As demais sacas do lote do produtor Antônio Rigno foram arrematadas pela cafeteria Santo Grão, de São Paulo, por R$ 3.980,00 cada, totalizando R$ 15.920. Foi o maior investimento feito em qualidade, o que garantiu para a rede Santo Grão o título de Campeã na Categoria Diamante.

Grupo de representantes das empresas premiadas na 11ª Edição Especial de Melhores Cafés do Brasil. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação
Grupo de representantes das empresas premiadas na 11ª Edição Especial de Melhores Cafés do Brasil. Foto: Cláudio Arouca/Divulgação

Houve ainda mais um destaque no leilão: o microlote campeão do concurso nesta categoria, de apenas duas sacas, com o café produzido por Eufrásio Souza Lima em Barra do Choça, também no Estado de Bahia. O produto foi arrematado pela cafeteria Armazém do Café, do Rio de Janeiro, que pagou R$ 2.500 por saca. Este foi o maior lance por saca na categoria Microlote, o que rendeu à rede Armazém do Café o título de campeã da Categoria Especial.

Outro destaque nesta edição foi a participação da exportadora Starsantos, que no leilão arrematou o lote do produtor José Clóvis Borges, de Divinolândia (SP), campeão na categoria Café Natural; e o lote de Café Natural de Greciano Lacerda Moura, de Espera Feliz (MG). A empresa pagou R$ 1.350 por cada saca do lote paulista (total R$ 8.100) e R$ 1.300 pelo café mineiro (R$ 7.800). Todos os cafés em questão foram exportados para a China.

Por equipe SNA/SP

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp