Os preços de suínos e da carne reagiram na semana passada, dando um alívio para produtores, mas medidas que garantam a redução nos custos do milho ainda serão necessárias para que o setor possa se recuperar na segunda metade do ano, segundo a Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS).
“O preço do suíno, de uma maneira geral, deu uma reagida. Temos um histórico em que o segundo semestre tende a ser melhor que o primeiro”, disse o diretor executivo da ABCS, Nilo de Sá, à CarneTec na quarta-feira (24 de agosto). “A diferença (neste ano) é que o custo do milho está muito alto.”
Na semana passada, houve aumento de R$ 0,10 no valor pago a produtores por quilo de suíno vivo, segundo informações da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS).
Nilo de Sá disse que a isenção de PIS/COFINS sobre a importação de milho de outros países do MERCOSUL e a liberação de importação de milho transgênico dos Estados Unidos para ração animal são medidas que poderiam “mudar drasticamente” o cenário de alta dos custos do setor.
Ambas as medidas estão sendo avaliadas pelo governo federal, mas ainda não há perspectiva de quando essas aprovações poderão ocorrer.
O setor de proteína animal tinha expectativa de que o preço do milho no mercado doméstico fosse cair com a entrada da segunda safra, mas a queda não se sustentou.
“Houve uma melhora logo que entrou a safra, depois tivemos duas ou três semanas de alta e, nas últimas três semanas, houve uma nova redução de 10% a 15%, dependendo da região”, disse Sá. “Isso mostra que o mercado está especulativo.”
Ele acrescentou que a queda no preço do milho ocorrida nas últimas semanas está vinculada às notícias sobre a aprovação das medidas que poderiam elevar a importação de milho de países como Argentina e EUA.
Atualmente, com o preço pago por um quilo de suíno, é possível comprar entre 4,5 a 5 quilos de milho, quando o ideal seria que um quilo de suíno desse para comprar 7 quilos do grão, disse Sá.
Apesar do cenário difícil para o setor, Sá disse que não há registro de forte redução na produção de suínos, conforme ocorre no setor de carne de frango. Para o restante do ano, a expectativa ainda é de que o consumo interno de carne suína aumente em relação ao primeiro semestre, conforme tende a ocorrer todos os anos.
Fonte: CarneTec