A força desenvolvimentista do agro tecnológico

Xico Graziano
Novo colunista convidado: Xico Graziano

Nome de proeminência se junta ao time de colaboradores do Portal da SNA. O espaço dos colunistas convidados passa a contar com mais uma personalidade de destaque na defesa da agropecuária brasileira. Dessa vez,  Francisco Graziano Neto (Xico Graziano) nos honra com sua contribuição. 

Engº Agrônomo, formado na ESALQ/USP e Doutor em Administração pela FGV/SP . Ocupou vários cargos públicos, destacando-se os de Secretário Estadual do Meio Ambiente e Secretário Estadual de Agricultura, em São Paulo. Consultor em sustentabilidade, tem 12 livros publicados sobre a questão agrária, agricultura e política.

 

Confira seu primeiro artigo no Portal:

 

Tem sido pouco estudada a influência da moderna produção agropecuária sobre o desenvolvimento brasileiro. Pesquisas precisam responder à seguinte questão: a riqueza produzida no campo está sendo distribuída na sociedade? Existem 3 amplas bases de dados que fornecem bons elementos para tal avaliação: 1) o Censo Agropecuário do IBGE; 2) as informações da pesquisa municipal do IBGE, atualizadas anualmente; 3) o IDH (Índice do Desenvolvimento Humano) municipal, organizado pelas Nações Unidas….

Usando estatísticas dessas fontes oficiais, realizei uma breve análise sobre o impacto socioeconômico de alguns dos principais municípios agrícolas do país, com foco em 2 situações: 13 municípios situados nas recentes (depois de 2000) frentes de expansão do agro tecnológico no Matopiba, envolvendo o oeste da Bahia, o sul do Maranhão e o sudoeste do Piauí; 15 municípios pertencentes aos 3 Estados do Centro-Oeste, onde o agro tecnológico se destaca há mais tempo (desde 1980).

Confrontei 4 variáveis:

1) As mudanças no IDH referentes ao período de 1991 a 2010 (o último disponível);

2) O valor do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) relativo ao ensino     fundamental, nas classes iniciais e finais (2021);

3) A mortalidade infantil (2020);

4) E o PIB per capita dos municípios (2020)….

 

Finalmente, analisei a variação na área e no número de estabelecimentos rurais ocorrida de 2006 a 2017, datas dos últimos Censos Agropecuários, para os municípios selecionados do Matopiba, bem como os impactos na população ocupada na atividade rural. O município de Correntina foi excluído por nele ter havido desmembramento territorial no período.

A organização e a análise dos dados foram apresentadas na 2ª feira (4.dez.2023), na última reunião do Cosag (Conselho Superior do Agronegócio), ligado à Fiesp. Eis a íntegra do estudo (PDF – 989 kB).

IDH (2010)IDH (2010/1991) em%Ideb/EF1 (2021)mortalidade infantil (2020)
Maranhão0,639794,716,3
Maranhão Agro0,6401104,915,3
Piauí0,646795,3017,5
Piauí Agro0,6021035,3012,20
Bahia0,660714,916,6
Bahia Agro0,647864,8016,3
Mato Grosso0,725615,512,10
Mato Grosso Agro0,755485,710,70
Mato Grosso do Sul0,729495,210,9
MS Agro0,734465,309,70
Goiás0,735515,711,4
Goiás Agro0,741636,1013
fonte: levantamento Xico Graziano

As evidências indicam 6 principais tendências verificadas nos municípios agrícolas do país: Nos municípios de recente expansão do agro tecnológico, envolvendo Maranhão, Piauí e Bahia, o crescimento do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) ocorreu de forma mais pronunciada que o verificado na média do Estado ou em municípios não agrícolas tomados como referência;…

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