O Paraná, segundo produtor de soja do Brasil, começou atrasado o plantio, com agricultores tendo semeado apenas 1% da área total estimada para a safra 2017/18, à espera de chuvas que devem retomar ao Estado no final de semana, informou nesta terça-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo paranaense.
Na mesma época do ano passado, quando as chuvas chegaram antes e permitiram um início precoce dos trabalhos, produtores tinham semeado 3% da safra 2016/17, que foi beneficiada por um clima excelente e atingiu um recorde.
O Paraná estima uma colheita de 19.5 milhões de toneladas na temporada atual, quase o dobro da produção projetada para o vizinho Paraguai, o quarto exportador global da oleaginosa.
“Plantamos cerca de 30.000 hectares, é pouca coisa ainda. Esse número frustra um pouco a expectativa do produtor, que estava querendo adiantar o ciclo, devido ao vazio sanitário ter sido adiantado em dez dias”, disse o economista do Deral, Marcelo Garrido, lembrando que o produtor estava liberado para iniciar os trabalhos em 11 de setembro este ano, visando otimizar a janela de plantio de segunda safra de milho, após a colheita de soja.
Segundo o Deral, o plantio já começou mesmo com o tempo seco nas regiões de Cascavel, Londrina, Pato Branco e Toledo, que não devem ter problemas neste início de safra se as chuvas previstas se confirmarem.
De acordo com a previsão meteorológica, o Estado deve receber do próximo final de semana até os primeiros dias de outubro pelo menos 80 milímetros de chuva, um volume que deve trazer alívio para os campos ressecados. Algumas regiões, como a centro-leste, devem receber quase 130 milímetros no período.
“O que dá receio é se isso (seca) persistir, mas acreditamos que deve regularizar a chuva… Se essa chuva do final de semana ocorrer, creio que não deve ter preocupação…”, disse ele, observando que, sem chuva, produtores poderiam ser obrigados a realizar o replantio.
O plantio de soja no Paraná ganha ritmo, em geral, no mês de outubro.
O Paraná trabalha com uma produção 17/18 ligeiramente menor que a temporada passada, considerada pelo setor “como um ponto fora da curva pelo lado positivo”, pois “nunca se teve um clima tão bom”.
A colheita paranaense, ainda assim, deverá representar cerca de 18% da produção nacional, levando em conta o número de 107 milhões de toneladas estimado pelo USDA para a safra brasileira.
Com relação ao milho de verão, o plantio avançou para 12% da área total projetada. No Paraná, no entanto, o cereal na primeira safra não é tão relevante quanto na segunda.
Se o tempo atual não está favorável ao plantio, por outro lado o clima tem sido muito favorável para a colheita de trigo em desenvolvimento, observou o economista do Deral.
O Paraná é o maior produtor de trigo do Brasil e já colheu 46% da área total.
Fonte: Reuters