Com oferta enxuta de leite nas fazendas, importação de lácteos segue em alta

As importações brasileiras de derivados lácteos seguem em alta no início de 2023. As indústrias de alimentos adquiriram 157 milhões de litros em equivalente leite em janeiro, quase 3% mais que em dezembro de 2022, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).

O volume é duas vezes maior se comparado ao das importações de janeiro do ano passado, informou o Cepea. Os dados foram elaborados a partir de informações da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).

Por outro lado, as exportações recuaram 30,10% e totalizaram 5.700 litros em equivalente leite no mês passado. Em um ano, é um volume 63,10% menor.

Com isso, o déficit da Balança Comercial dos lácteos aumentou 6.8 milhões de litros em janeiro, em comparação com dezembro, e ficou próximo dos 151.2 milhões de litros em equivalente leite no mês passado. Em receita, o déficit foi de US$ 70.2 milhões.

A oferta interna limitada de leite no campo, a consequente alta dos preços do leite e derivados, a queda do dólar no primeiro mês do ano e os preços externos mais competitivos elevaram as importações, explicam os pesquisadores.

Entre os produtos importados, houve um aumento de 21,30% em compras de queijos, mas a aquisição de leites em pó (os itens usualmente mais negociados) mantiveram estabilidade, com leve alta de 0,27% em relação ao mês anterior.

Segundo o Boletim do Leite do Cepea, há uma expectativa de reação de preços no mercado internacional em fevereiro. Apesar disso, as importações podem seguir aquecidas, já que as cotações podem, ainda assim, ser mais competitivas em comparação ao preço interno.

Os preços internacionais de derivados lácteos recuaram 1,50% nesta terça-feira (21/2) na Global Dairy Trade (GDT), uma referência para o setor, para US$ 3.414,00 a tonelada (índice geral). A queda ocorreu em comparação às negociações de 7 de fevereiro, data do evento anterior.

Fonte: Valor
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