Céleres: safra 2022/23 de soja do Brasil deve ser de 154.8 milhões de toneladas

A consultoria Céleres estimou a safra de soja do Brasil 2022/23 em 154.8 milhões de toneladas, um aumento de 21,40% em relação à safra anterior. “Apesar de problemas relatados em lavouras devido ao baixo nível de chuvas no Sul do País, as perdas de produtividade deverão ficar restritas a pontos específicos do mapa”, informou a empresa.

Segundo a Céleres, os bons resultados esperados para as lavouras no Cerrado e a recuperação de rendimentos no Paraná e em Mato Grosso do Sul deverão limitar as perdas já registradas e potenciais referentes aos problemas no Rio Grande do Sul.

A consultoria informou ainda que, com a quebra de safra em 2021/22, a variação de produção para a safra atual em relação à passada é positiva para todos os estados.

Paraná e Rio Grande do Sul lideram como os estados que mais ampliarão a produção de soja de um ano para outro, com 8.5 e 8 milhões de toneladas a mais, respectivamente. “Vale ressaltar, no entanto, que as variações desses estados eram ainda maiores nos primeiros acompanhamentos”, indicou a Céleres.

Exportações

A recuperação da produção deverá permitir um aumento de cerca de 20 milhões de toneladas das exportações brasileiras, para 97.5 milhões de toneladas, puxado principalmente pelo relaxamento das políticas do “Covid-zero” na China e pela continuidade dos problemas de oferta na Argentina, destacou a consultoria.

Mercado interno

No mercado interno, o esmagamento deve seguir aumentando, beneficiado pela situação da Argentina; por incertezas geopolíticas no Leste Europeu e por um possível aumento da mistura de biodiesel ao diesel.

“A colheita da safra cheia no Brasil e o cenário externo de maiores estoques devem manter a pressão sobre as cotações de soja no mercado interno, sobretudo no primeiro trimestre de 2023, mesmo com os problemas na Argentina”, indicou a Céleres.

“No entanto, a relação estoque/consumo se mantém em níveis históricos baixos, o que sugere sustentação de preços internos no segundo semestre.”

Milho

Quanto ao milho, a Céleres estima que a safra brasileira 2022/23 deverá totalizar 129.1 milhões de toneladas, um aumento de 7,60% em relação à temporada passada. Do total, 27 milhões de toneladas devem ser colhidas na safra de verão (primeira safra), 99.9 milhões de toneladas no ciclo de inverno (segunda safra ou safrinha) e 2.2 milhões de toneladas na terceira safra.

Segundo a consultoria, as perdas de produtividade pela seca na safra de verão não causaram impactos tão expressivos no cereal quanto na soja. Mesmo com os prejuízos, em todos os estados que semeiam a primeira safra do cereal, haverá crescimento na produção neste ciclo em relação ao anterior.

Regiões

O Paraná deverá colher 2.1 milhões de toneladas mais nesta safra em relação a 2021/22, enquanto a produção do Rio Grande do Sul tende a ser 1.9 milhão de toneladas superior à da temporada passada, “apesar das perdas registradas e esperadas de produtividade em virtude dos efeitos do La Niña”, estimou a Céleres.

“De forma geral, os problemas climáticos na região Sul em 2022/23 foram menores que em relação à temporada anterior. Logo, Paraná e Rio Grande do Sul ainda lideram como os estados com maiores ganhos na produção, em valores absolutos. No total, eles deverão produzir 3.7 e 4.6 milhões de toneladas de milho primeira safra, respectivamente”.

Safrinha

Em relação ao milho safrinha, a Céleres indicou que não espera redução ou estabilidade na área plantada na safra 2022/23, “apesar do cenário político gerar incertezas em relação aos incentivos ao setor agrícola brasileiro”.

“O setor produtivo vê a janela de plantio ainda dentro do adequado para os trabalhos de milho inverno, apesar dos atrasos na colheita da oleaginosa em diferentes estados”, informou a consultoria.

Oferta e demanda

Com o aumento na produção nacional, a Céleres estima uma oferta total de milho no País de 139.7 milhões de toneladas e uma demanda de 130.2 milhões de toneladas no ciclo 2022/23, em relação a 100 milhões de toneladas e 93.4 milhões de toneladas, respectivamente, da temporada 2021/22.

Estoque e consumo

A relação estoque/consumo do cereal tende a não aumentar na mesma proporção da oferta, passando de 26 milhões de toneladas na temporada 2021/22 para 27 milhões de toneladas neste ciclo.

“No que tange à relação estoque/consumo, é possível observar que, em dias, o nível se mantém praticamente estável em relação aos últimos dois anos. Isso porque apesar do aumento da demanda por milho brasileiro, principalmente por novos destinos exportadores como a China, o crescimento possível da oferta mais do que compensa”, indicou a Céleres.

Fonte: Broadcast Agro
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