Importação de fertilizantes segue em alta mesmo com incremento da produção local

O diretor executivo da Anda, David Roquetti Filho
O diretor-executivo da Anda, David Roquetti Filho: importação pode diminuir com investimentos

 

O aumento da produção de insumos no Brasil não foi suficiente para que o país perdesse o posto de maior importador mundial de fertilizantes. Segundo dados do Departamento de Agronegócio (Deagro) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), a dependência externa de nitrogênio, fósforo e potássio pode até entrar em queda até 2018, passando de 70% para menos de 60%. A expansão da atividade agrícola, porém, poderá fazer com que as importações aumentem para 63% até 2023.

O prognóstico, que leva em conta os planos de investimentos previstos pela Vale e pela Petrobras para o setor, aponta que a participação da soja na demanda do agronegócio vai passar de 27% para 36%. Essencial para a nutrição das culturas agrícolas, o fósforo tem a maior perspectiva de incremento na produção. Dados da Associação Nacional de Difusão de Adubos (Anda) dão conta de que o volume produzido deverá passar de 2,2 milhões de toneladas para 4,1 milhões, reduzindo a necessidade de importação de 57,4% para 22,2%.

Para o diretor-executivo da Anda, David Roquetti Filho, a execução de novos investimentos poderá fazer com que a dependência não volte a crescer ao longo dos próximos dez anos. Ele cita o exemplo do nitrogênio. A previsão é de que o Brasil reduza as importações em até 17% com medidas como as novas plantas de ureia e amônia. Porém, é preciso dar continuidade. “Se os investimentos a partir de 2017 não continuarem, a nossa dependência volta a esse patamar que está hoje”, observa Roquetti Filho.

Conforme a Anda, o total de fertilizantes entregue ao consumidor final chegou a 26,2 milhões de toneladas de janeiro a outubro de 2013 – um crescimento de 5,5% em relação ao mesmo período de 2012. A produção nacional, porém, ficou em 7,8 milhões, enquanto que a importação registrou aumento de 12,7%, alcançando a marca de 18,3 milhões de toneladas – o que representa cerca de 70% da demanda.

Com a perspectiva de safras recordes para os próximos anos – em especial nas lavouras de soja e milho –, a tendência é que a demanda continue em alta. O Brasil é hoje o quarto maior consumidor de NPK (siglas para nitrogênio, fósforo e potássio, respectivamente), com representação de 6,6%. “O Brasil tem a maior taxa geométrica de crescimento de consumo de fertilizantes, de 6,13% ao ano, considerando 21 anos de série histórica”, observa o diretor-executivo da Anda. A China, com 4,11%, a Índia, 3,43%, e os Estados Unidos, 0,03, vêm logo atrás. No mundo, a taxa de crescimento é de 1,4%.

 

Por Equipe SNA/RJ

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