Cento e cinquenta e três milhões de toneladas de soja deverão ser colhidas na safra 2022/23, segundo estimativa do vice-presidente da Sociedade Nacional de Agricultura (SNA), Hélio Sirimarco. Em comparação com a prejudicada safra 2021/22 de 126.90 milhões de toneladas, a nova projeção representaria um aumento de 20,80%.
Para Sirimarco, “o resultado deverá ser favorecido pela área plantada de 43.79 milhões de hectares, o que irá permitir um aumento de 1.98 milhão de hectares em relação à área da safra 2021/22, quando foram plantados 41.80 milhões de hectares”.
No entanto, o vice-presidente da SNA afirma que, “como ocorre em todos os anos, as condições climáticas poderão alterar os resultados previstos. Na última safra, por exemplo, o clima adverso, especialmente o registrado na região Sul, foi responsável por uma importante redução da safra”.
Estimativas como a da hEDGEpoint indicam uma safra de 148.8 milhões de toneladas de soja, abaixo das projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e de algumas outras consultorias, que estimam mais de 150 milhões de toneladas.
Se confirmada a projeção da hEDGEpoint, a safra de soja aumentaria 18% na comparação anual, visto que em 2022/23 a estimativa de aumento da área é 3%, enquanto na temporada passada a seca afetou produtividades no Sul.
A consultoria Datagro estima uma produção 153.32 milhões de toneladas de soja; a StoneX prevê 155 milhões de toneladas e a (Conab) indica uma safra de 153.5 milhões de toneladas.
Em recente relatório, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que o Brasil, por ser um importante player no mercado internacional, deverá registrar um crescimento de 22,30% na soja e de 5,30% no farelo e no óleo, em relação à safra anterior.
Milho e trigo
Para o milho, a maior estimativa até o momento, da consultoria Datagro, é de uma produção de 126.30 milhões de toneladas, 6% superior à revisada e recorde safra atual de 119.65 milhões de toneladas. “O cenário, neste caso, também está sendo favorecido pelo aumento da área plantada”, explicou Sirimarco.
Já segundo o Ipea, o milho terá crescimento de 12% na próxima safra. O instituto também fez estimativas de crescimento para o algodão (16,70%) e o café (5,60%).
Até mesmo o trigo, que é o principal produto da pauta de importação do País, deve fechar a safra de inverno 2022 registrando um aumento de 23,70% na produção diante do ano passado, indicou o Ipea.
“A maior disponibilidade dessas commodities tem contribuído não só para a queda nos preços, mas também para a recomposição dos estoques de passagem, que vinham caindo desde o início das políticas de isolamento social estabelecidas devido à pandemia”, destacou o instituto em seu relatório.
Algodão
Quanto ao algodão, a safra 2022/23, que está sendo plantada, deve totalizar 2.946 milhões de toneladas. O resultado representa um aumento de 18% em relação à safra anterior, informou a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa). A expectativa, segundo a entidade, é de melhor produtividade para a cultura.
A área de plantio também vai aumentar, indicou a Abrapa, mas em proporção menor, com crescimento de 1,30% para 1.658 milhão de hectares. Até o final de novembro, os Estados de São Paulo, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia haviam iniciado o plantio da fibra.
Pecuária
Quanto à pecuária, as estimativas iniciais da Conab sugerem um aumento de quase 3% na produção de carne bovina; de mais de 5% para a carne suína e de cerca de 2,5% para a carne de frango.
No mercado interno, informou a Conab, haverá aumento na disponibilidade de carne bovina de 1,81%; de 4,30% de carne suína e de 4,25% de carne de frango. No total, os brasileiros deverão contar com pouco mais de 20.6 milhões de toneladas das três carnes, 54% de carne de frango; 27% de carne bovina; e 19% de carne suína.
Ainda segundo a Conab, o volume previsto será 3,50% superior ao que vem sendo estimado para 2022, mas ficará apenas 1,70% acima do registrado em 2021.
