Importações de soja pela China em outubro caem para menor volume em oito anos

As importações de soja pela China caíram 19% em outubro em relação ao ano anterior, para 4.14 milhões de toneladas, mostraram os dados divulgados nesta segunda-feira pela Administração Geral das Alfândegas.

Segundo o órgão, foi registrado o menor volume para qualquer mês desde 2014, depois que os compradores reduziram as compras em meio aos altos preços globais e baixas margens de esmagamento.

As importações do maior comprador mundial da oleaginosa totalizaram 73.18 milhões de toneladas nos primeiros 10 meses do ano, uma queda de 7,40% em relação ao ano passado, segundo informação das alfândegas.

Os volumes muito baixos em outubro, correspondendo ao número de outubro de 2014 de 4.1 milhões de toneladas, sublinham a necessidade urgente de reconstruir os estoques.

“As margens de esmagamento foram ruins na maior parte deste ano, o que pesou nas importações”, disse Darin Friedrichs, cofundador da consultoria Sitonia Consulting, com sede em Xangai.

Preços

Os preços globais da soja atingiram a máxima de uma década em junho, com o mau tempo reduzindo a produção no Brasil, principal fornecedor da China.

Os altos preços e a fraca demanda por ração animal do setor pecuário durante o primeiro semestre do ano erodiram os lucros esmagadores, diminuindo o apetite por compras de soja durante o verão. As margens no centro de esmagamento de soja de Rizhao ficaram negativas do final de abril até outubro.

As importações de outubro foram, no entanto, ainda menores do que as 5 milhões de toneladas que traders e analistas haviam estimado no mês passado.

Farelo

A situação deixou a China com falta de suprimentos, agora que os lucros dos suínos se recuperaram e aumentaram a demanda pelo principal ingrediente proteico, o farelo de soja.

Os preços à vista do farelo bateram recordes nas últimas semanas com a oferta apertada. Em Sichuan, principal província para suínos, os preços atingiram 5.850 yuans (US$ 810,78) a tonelada na semana passada, uma alta de 26% em dois meses.

“As importações devem aumentar em novembro e dezembro, mas, por enquanto, o mercado enfrenta uma situação de oferta de soja muito apertada”, disse Friedrichs, da Sitonia Consulting.

Fonte: Reuters
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