Uma situação curiosa está sendo observada neste momento: apesar do ritmo acelerado de importação de fertilizantes em 2022, cerca de 16% superior ao ano passado entre os meses de janeiro e julho, as entregas de fertilizantes têm se desenvolvido mais lentamente.
De acordo com a consultoria AgResource, a utilização de doses menores de fertilizantes pode se tornar realidade em algumas regiões, o que impactaria diretamente na capacidade de incremento de área plantada.
“Há uma elevada dependência nacional da utilização de fertilizantes para o incremento de área, o que será uma variável de extrema importância esse ano, diante dos elevados custos do insumo para o ciclo 2022/23”, analisam os especialistas da filial da empresa norte-americana AgResource Company.
Segundo dados da Agência Nacional para Difusão de Adubos (Anda), as entregas acumuladas de adubo entre os meses de janeiro e maio do presente ano ficaram apenas 2% maiores na comparação com os mesmos cinco primeiros meses de 2021, mesmo com as importações maiores no mesmo período.
“Fontes do mercado de fertilizantes indicaram um menor interesse por parte dos produtores, que distribuíram mais suas compras, resultando atualmente em uma cobertura relativamente menor que no ano passado em algumas regiões”, aponta a AgResource.
Já para o milho, dizem os analistas, o risco e a frustração de safra no ciclo 2021/22 em algumas regiões pode ocasionar em redução de área, como no caso do Goiás, onde a produtividade caiu em média 20%.
“O risco de abastecimento de fertilizantes nitrogenados também pode ter algum impacto, com o agravamento da crise energética na Europa. Mas por hora não há motivo para crer em algo diferente de boas produtividades”, conclui o relatório da consultoria.