O aumento de 23% no custo de produção, em relação à última safra, foi a maior elevação da série histórica desde 2009. Na lista dos itens que mais oneraram os produtores estão os insumos, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), dados que vão de encontro aos encontrados e divulgados pelo Circuito Tecnológico 2013/14.
Dentre as diferenças, o custo das sementes foi o mais elevado, apresentando um aumento de 41,22%, segundo o Imea. Com isso vem a preocupação dos produtores que apesar de estarem pagando mais caro pelos produtos, não têm garantia de qualidade. “Nem sempre o aumento do preço está atrelado a uma boa qualidade das sementes. Muitos produtores relataram problemas de germinação e vigor durante as visitas do Circuito”, explica o diretor técnico da Aposoja, Nery Ribas.
Nesse foco, a qualidade fisiológica e sanitária das sementes utilizadas no estado também foi um dos pontos observados pelo Circuito, com base nas coletas realizadas durante as duas semanas de visitas, nas quatro regiões do estado. “Parte das amostras foram usadas em estudos internos, e outra parte compõe o material para uma pesquisa que versa sobre a qualidade sanitária de sementes realizada na Universidade Federal de Lavras (UFLA), de Minas Gerais”, lembra Ribas.
Outros dados são referentes aos fertilizantes, 70% dos produtores do estado realizam análises de solo todos os anos, e 80% fazem calagem nas áreas antigas com mais de cinco anos de cultivo, o que demonstra a preocupação com a qualidade da lavoura, no que diz respeito à nutrição da planta. Ainda, segundo os dados do Circuito, 73% das propriedades disseram ter a presença de um técnico especializado para recomendações e acompanhamentos quanto à adubação.
Com relação à aplicação, os resultados são variados: 47% fazem no lanço, 20% no sulco e 33% das duas formas, no sulco e no lanço. A região Norte é a que mais realiza aplicação no lanço, 64%, e na região Leste, 50% dos produtores usam as duas formas. Segundo os dados do Imea, os fertilizantes tiveram uma elevação nos preços 20%, maior que a última safra, totalizando um custo de R$ 622,23/hectare.
Orientações Aprosoja
A orientação da entidade é para que o produtor procure conhecer a qualidade das sementes e fertilizantes que está adquirindo.
No caso das sementes, a indicação é para que a compra seja feita em sementeiras de confiança, além de consultar os documentos que comprovem a qualidade como: Boletim de Análises de Sementes, Atestado de Origem Genética, Certificado de Sementes, ou Termo de Conformidade das Sementes.
Esses documentos transcrevem as informações dos resultados oficiais das análises das sementes, e se, ao consultar esses documentos, as informações referentes à germinação, pureza, material inerte e outras, apresentarem valores ruins na prática, o produtor poderá solicitar uma reanálise ou a troca do produto, prevenindo assim, maiores prejuízos.
Fonte: Aprosoja