CNA: Plano Safra atende às expectativas do setor e desafio é fazer o recurso chegar aos produtores

José Mário Schreiner, vice-presidente da CNA. Foto: Wenderson Araújo

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) avaliou que o Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2022/2023 atendeu às expectativas do setor agropecuário para a próxima safra, que começa em 1º de julho.

Para o vice-presidente da CNA e presidente da Comissão Nacional de Política Agrícola da entidade, José Mário Schreiner, o plano “é robusto” ao trazer um volume recorde de R$ 340.8 bilhões em recursos para financiar o crescimento da atividade.

Schreiner destacou ainda que as medidas anunciadas foram as possíveis diante das dificuldades enfrentadas no momento, tanto no Brasil como no mundo, com inflação e taxas de juros alta, além do encarecimento dos custos de produção.

Diante deste cenário, avaliou o vice-presidente da CNA, o desafio agora é fazer com que esses recursos cheguem o quanto antes aos produtores, principalmente os pequenos e médios, para que eles plantem mais uma safra recorde e atinjam a meta de 300 milhões de toneladas.

“O mais importante é que esses recursos cheguem na mão do produtor, para que eles comprem seus insumos, fertilizantes, para fazer um plantio correto, gerando emprego, aumentando o PIB, combatendo a inflação e levando alimentos a todos os 220 milhões de brasileiros”, afirmou Schreiner.

Taxas de juros

Schreiner também destacou as taxas de juros para os pequenos e médios produtores, que ficarão abaixo de dois dígitos (uma das propostas prioritárias apresentadas pela CNA para o PAP), e serão de 5% e 6% ao ano para o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) e de 8% para o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp).

“Poderia ser melhor? Sim. Mas temos de avaliar a taxa Selic, temos de avaliar todo o esforço orçamentário que foi feito por parte do governo federal para poder alocar esses recursos”, ressaltou o vice-presidente da CNA.

Seguro rural

Outro ponto prioritário, segundo ele, é a necessidade de trabalhar para garantir, no orçamento de 2023, R$ 2 bilhões para o programa de Subvenção ao Seguro Rural (PSR).

“Temos visto cada vez mais problemas climáticos, com secas e chuvas, e precisaremos assegurar pelo menos que conseguimos no ano passado, em torno de 14 milhões de hectares. E também precisaremos trabalhar no Congresso recursos suficientes para outras subvenções”.

Propostas

Em maio, a CNA entregou ao governo e aos parlamentares as propostas do setor para contribuir com o governo na construção do PAP.

Na avaliação da entidade, um Plano Safra robusto traz benefícios não apenas para o setor agropecuário, mas para toda a sociedade, como segurança alimentar, geração de mais empregos, redução da inflação sobre os alimentos, crescimento das exportações e do Produto Interno Bruto (PIB), entre outros.

Recursos

O volume de recursos de R$ 340,8 bilhões do PAP 2022/2023 cresceu 36% em relação à safra passada (2021/2022). Deste total, R$ 246.28 bilhões serão destinados ao custeio e comercialização, uma alta de 39% em relação ao ano anterior, enquanto R$ 94.6 bilhões serão para investimentos (+29%).

Os recursos com juros controlados tiveram expansão de 18%, com montante de R$ 195.7 bilhões, e o volume com juros livres cresceu 69%, chegando a R$ 145.1 bilhões. O total de recursos equalizados cresceu 31%, totalizando R$ 115,8 bilhões.

Cerimônia

As medidas do Plano Safra foram anunciadas na quarta-feira (29/6), em cerimônia no Palácio do Planalto, com a presença do presidente da República, Jair Bolsonaro, do ministro da Agricultura, Marcos Montes, do presidente do Banco do Brasil, Fausto de Andrade Ribeiro, além de ministros de Estado, parlamentares e representantes do governo, bancos e de entidades do setor produtivo.

Diretores da CNA e presidentes das federações estaduais de agricultura e pecuária também acompanharam o anúncio das medidas.

Fonte: CNA
Equipe SNA
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