A colheita de café do Brasil da temporada 2022/23 atingiu 35% do total estimado até o dia 21 de junho, com atraso em relação à média histórica para o período devido à maturação irregular, falta de mão de obra e uma produção maior em relação ao ano passado, informou a consultoria Safras & Mercado nesta quinta-feira.
No mesmo período de 2021, o maior produtor e exportador global de café havia colhido cerca de 40% da safra, enquanto o percentual da média histórica de cinco anos é de 44%. A colheita avançou 7% na comparação com a semana anterior.
“A colheita de café está atrasada por conta de uma maturação irregular e carência de mão de obra, especialmente para o café conilon, além de um maior volume em relação ao ano passado”, indicou a Safras em nota, citando o consultor Gil Barabach.
Em termos de volumes colhidos, a Safras prevê mais de 21 milhões de sacas até o dia 21 de junho, tomando por base a estimativa da consultoria de produção total de 61.1 milhões de sacas de 60 quilos.
A colheita de grãos arábica, que respondem pela maior parte da safra brasileira, atingiu 26% do estimado, ligeiramente abaixo dos 27% do mesmo período do ano passado e bem abaixo dos 35% de média dos últimos cinco anos para o período.
Na véspera, a maior cooperativa de café do Brasil, a Cooxupé, que trabalha somente com arábica no Sul/Cerrado de Minas Gerais e parte de São Paulo, divulgou que a colheita tem o ritmo mais lento desde 2018 para o período.
Os trabalhos de colheita com grãos conilon/robusta do Brasil chegam a 50% do potencial da safra, ainda bem abaixo dos 63% no mesmo período do ano passado e dos 66% de média no período entre 2017 a 2021, segundo a consultoria.