A produção brasileira de grãos na safra 2021/22 deve totalizar 270.2 milhões de toneladas, volume que representa um aumento de 6,40% em comparação com as 255.51 milhões de toneladas da safra de 2020/21. Os dados fazem parte do 8º Levantamento da Safra de Grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado nesta quinta-feira.
Com relação ao estimado em abril, o volume é 0,30% superior. “Com a revisão, o aumento atualizado é justificado pela alta na área de soja e do melhor desenvolvimento no final do ciclo das lavouras, sobretudo de arroz, milho e da oleaginosa”, indicou, em nota, a Conab. “Já em relação ao ciclo passado, que chegou a 255.5 milhões de toneladas, o aumento é de 5,7%.”.
Entre as culturas de primeira safra, a soja já está com cerca de 95% da área colhida. A estimativa de produção da oleaginosa é de 123.8 milhões de toneladas, com queda de 10,40% em relação à safra anterior (138.15 milhões de toneladas).
Para o milho é estimada uma produção total 116.19 milhões de toneladas, um aumento de 33,40% na comparação com a safra 2020/21 (87.10 milhões de toneladas). A janela mais alongada para o plantio da segunda safra, somada às condições de mercado, favoreceu o aumento da área do cereal.
“Durante as viagens de campo, os técnicos da Conab identificaram áreas plantadas, inclusive, fora da janela ideal, o que demonstra que a rentabilidade esperada para cultura ainda é atrativa para os produtores”, ressaltou o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.
Condições climáticas
Esse aumento reduziu o impacto negativo causado pelas condições climáticas adversas em importantes regiões produtoras para a segunda safra do grão, como Goiás e parte de Mato Grosso. Mesmo com a estiagem registrada, a produtividade no estado goiano deve ser elevada em 31,70% em relação ao ciclo anterior.
“A atual safra não irá atingir a produtividade potencial, mas ainda tende a ser uma boa produção, principalmente pelas lavouras plantadas mais cedo”, afirmou o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sérgio De Zen.
No entanto, disse ele, “ainda precisamos ter atenção com o desenvolvimento da cultura. A maior parte do milho plantado permanece em estágios de desenvolvimento em que o clima é preponderante. Para Mato Grosso e Goiás há uma tendência de déficit hídrico. Já em Mato Grosso do Sul e no Paraná, a maior preocupação é com o risco de geadas”.
A segunda safra de milho, também chamada de safrinha, deve totalizar 89.30 milhões de toneladas, um aumento de 47% em comparação com a do ano passado (60.74 milhões de toneladas).
Algodão
Outra importante cultura de segunda safra, as lavouras de algodão têm apresentado clima favorável para o desenvolvimento da fibra que, aliada ao aumento da área, resulta numa produção de 2.82 milhões de toneladas de pluma.
Se confirmado, o volume estimado será o segundo maior já registrado na série histórica, sendo 19,50% superior ao da safra passada (2.36 milhões de toneladas) e menor apenas do registrado no ciclo 2019/20.
Feijão
Para o feijão, a estimativa de uma boa segunda safra da leguminosa vem se confirmando. O clima mais favorável contribui para um maior rendimento dos grãos, na maioria das regiões produtoras, o que traz uma estimativa de colheita de 1.4 milhão de toneladas, com alta de 23,30% em relação ao mesmo período da safra 2020/21 (1.14 milhão de toneladas).
A terceira safra de feijão está estimada em 800.000 toneladas (aumento de 2,60% em comparação com a do ano passado de 779.600 toneladas). Desse modo, as três safras de feijão de 2021/22 devem totalizar 3.14 milhões de toneladas, aumento de 8,40% em relação a 2020/21 (2.90 milhões de toneladas).
Arroz
No caso do arroz, a colheita atingiu 91% da área. A estimativa da Conab é que o Brasil produza 10.7 milhões de toneladas, com queda de 9,10% em relação à safra passada (11.77 milhões de toneladas).
A redução neste ciclo é explicada pela estiagem ocorrida nos estados do Sul do País e em parte do Mato Grosso do Sul, entre o fim de 2021 e início deste ano.
Trigo
Para as culturas de inverno, o panorama de mercado de trigo estimula os produtores. A estimativa é de que a área plantada do grão no País registre um aumento de 3% neste levantamento.
Destaque para o Rio Grande do Sul, onde a intenção de plantio mostra um aumento de 9,70%, saindo de 1.16 milhão para 1.27 milhão de hectares. A produção pode totalizar 8.13 milhões de toneladas, com alta de 5,90% em relação ao ano passado (7.68 milhões de toneladas).
Exportação
Neste 8º levantamento, a Conab não alterou as estimativas de importação de nenhum produto em relação ao levantamento anterior. Já as exportações de milho para 2022 foram aumentadas, passando de 37 milhões para 38 milhões de toneladas.
Se confirmado, os embarques terão um aumento de 82,60% em relação aos da safra anterior. Essa elevação é explicada pelo aumento da produção brasileira alinhada à demanda internacional aquecida.
Para os demais produtos, as estimativas de exportação foram mantidas: algodão em 2.05 milhões de toneladas, arroz em 1.3 milhão de toneladas, feijão em 200.000 toneladas e soja em 77 milhões de toneladas.
No caso do trigo, as informações ainda são referentes à safra 2021, que tem o ano comercial de agosto de 2021 a julho de 2022. Para o cereal, a expectativa de venda para o mercado internacional segue em três milhões de toneladas.
Fonte: Broadcast Agro
Equipe SNA
