Agricultura familiar pede R$ 50 bilhões em linhas para a safra 2022/23

A Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais, Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag) pediu ao Ministério da Agricultura a oferta de R$ 50 bilhões para financiamentos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) no Plano Safra 2022/23, que valerá a partir de julho.

A entidade solicitou R$ 25 bilhões para custeio e R$ 25 bilhões para investimentos, sendo R$ 2 bilhões para programa de habitação rural. O atual Plano Safra colocou R$ 39.3 bilhões no Pronaf, com juros entre 3% e 4,50%. A tendência é que as taxas aumentem a partir de julho.

Em documento entregue hoje à ministra da Agricultura, Tereza Cristina, a Contag não citou as taxas de juros desejadas para o próximo ciclo, mas listou mais de 60 propostas entre condições para financiamentos da produção familiar, reforma agrária, assistência técnica e extensão rural, entre outros. A entidade admite que será quase impossível evitar um aumento dos juros dos empréstimos.

“A nossa defesa é pela manutenção dos juros atuais, uma vez que a Selic já está em quase 12% e sabemos que não seria possível reduzir. O indicativo de aumento é quase inevitável, mas isso é o que mais nos preocupa, porque o custo de produção está muito mais alto”, disse ao Valor a secretária de Política Agrícola da Contag, Vânia Marques Pinto.

“O aumento de juros vai prejudicar muito a agricultura familiar e nosso receio é que isso inviabilize aos agricultores o acesso aos créditos, o que teria reflexo sobre a produção e poderia aumentar a pobreza no campo.”

Segundo Vânia, o ministério ressaltou a dificuldade com a falta de orçamento, mas garantiu que “fará o possível para atender” a pauta apresentada. “O que nos preocupa é que temos pontos de pauta do Plano Safra 2021/22 que ainda não foram atendidos”, salientou a secretária.

 

 

Fonte: Valor

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