Após a estagnação registrada em 2021, o Índice de Produção Agroindustrial Brasileira (PIMAgro) calculado pelo Centro de Estudos em Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV Agro) iniciou 2022 ainda com resultados relativamente fracos. Em janeiro, houve uma leve alta, de 0,30%, em relação a dezembro, mas em relação a janeiro do ano passado o indicador registrou queda de 4,10%.
O PIMAgro é baseado em dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM-PF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e nas variações do Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR), da taxa de câmbio e do Índice de confiança do Empresário da Indústria de Transformação (ICI) da FGV.
“O crescimento mensal (com ajuste sazonal) foi o terceiro consecutivo. Porém, mesmo com essas altas, a produção agroindustrial está 3,50% abaixo do patamar verificado no período pré-pandemia (fevereiro/2000”, indicou o FGV Agro.
A alta em relação a dezembro foi definida pelo crescimento registrado no grupo de produtos não-alimentícios (0,90%), uma vez que no grupo formado por alimentos e bebidas houve queda de 0,20%. No primeiro, o destaque foi o aumento dos biocombustíveis (9,70%); no segundo, a maior variação negativa foi a das bebidas não-alcoólicas (5,60%).
“Os motivos que afetaram fortemente a agroindústria em 2021 permanecem nesse início de ano. De modo geral, há impactos pelos dois lados do mercado: no da oferta, pesa a desorganização das cadeias produtivas, que vem dificultando o acesso às matérias primas e elevando os custos de produção; no da demanda, o poder de compra da população continua sendo corroído pela elevada inflação, o mercado de trabalho ainda não dá fortes sinais de recuperação e o crédito se mantém caro por conta das elevadas taxas de juros”, estimou o FGV Agro.
Fonte: Valor