A quebra na safra de soja no Sul do País, por causa da seca na virada do ano, é a principal responsável pelas revisões para baixo nas estimativas de produção de grãos do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Na leitura de fevereiro, a produção de soja foi estimada em 123 milhões de toneladas, 6,70% abaixo da estimativa de janeiro. “Mesmo com elevados investimentos na produção da oleaginosa, os efeitos adversos causados pela estiagem têm afetado drasticamente o desempenho das lavouras de verão nos estados do centro-sul do País”, indica a nota divulgada pelo IBGE.
Se confirmada, a estimativa para a produção de soja ficará 8,80% abaixo da safra recorde de 2021. “Ainda que se confirme um aumento de 3,70% na área plantada, que deverá totalizar 40.4 milhões de hectares, a estimativa de queda no rendimento médio da soja, em 2022, é de 12%, atingindo o patamar de 3.045 kg/ha, derrubando a produção nacional do grão”, acrescenta a nota do IBGE.
Por causa da seca neste verão, a estimativa da produção de soja no Rio Grande do Sul foi reajustada para baixo em 37,80% em fevereiro, em relação a estimativa de janeiro. Segundo o LSPA de fevereiro, serão 13.1 milhões de toneladas, com queda de 35,80% frente a safra anterior. No Paraná, são estimadas 11.8 milhões de toneladas, uma queda de 10,60% em relação a projeção de janeiro. Na comparação com 2021, o tombo será de 40,70%.
Com isso, Mato Grosso, maior produtor nacional, deverá responder por mais de 30% da produção nacional de soja. A estimativa do IBGE aponta para a produção de 37.5 milhões de toneladas, com aumento de 5,10% em relação a 2021.
Com a quebra de safra no Sul, Goiás deve responder pelo segundo maior volume de soja produzido no País este ano. O LSPA de fevereiro estima uma safra de 13.5 milhões de toneladas no estado do Centro-Oeste, 3,10% acima do colhido em 2021.
Fonte: Broadcast Agro