Ferrovias têm participação média de 40% no transporte de cargas agrícolas

O modal ferroviário representa cerca de 40% das cargas movimentadas pelo agronegócio, estimou o Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial da Esalq/USP (Esalq-Log).

“A participação das ferrovias no transporte das mercadorias agrícolas varia de 30% a 45%, dependendo de cada segmento. No movimento para exportação, a participação do modal ferroviário é maior que a média de 40%”, disse o coordenador do Esalq-Log, Thiago Guilherme Péra, durante o evento online “On Board na Agro Logística”, realizado pela entidade nesta quinta-feira.

Segundo dados do Esalq-Log, no ano passado 33 milhões de toneladas de soja foram movimentadas pelas malhas ferroviárias (aumento de 15,30% em relação a 2020). De farelo de soja foram transportadas oito milhões de toneladas (+ 11,90%); de milho, 12 milhões de toneladas (- 35,70%); de açúcar ,15 milhões de toneladas (- 9,10%), e de fertilizantes, seis milhões de toneladas (+ 3,10%).

As quedas no volume movimentado de milho e açúcar refletem a quebra na safra de ambas commodities no ano passado, segundo Péra.

Concentração

Neste primeiro semestre, o transporte do modal fica concentrado em soja e milho verão, e no segundo semestre tem maior movimento de cargas de milho e açúcar.

“Nos fertilizantes, não há sazonalidade e vemos taxas crescentes na movimentação dos insumos pelas ferrovias. Há potencial muito grande do modal ser usado para fertilizantes como transporte de retorno de grãos”, disse Péra.

Estimativa

Na sua avaliação, o transporte de produtos agrícolas por ferrovias deve aumentar em um período de dez anos. O crescimento, contudo, não será expressivo a ponto de modificar o modal de transporte do agronegócio brasileiro, concentrado nas rodovias.

“Novos projetos são importantes para o País, mas exigem tempo para concretização, maior que dez anos. Nos próximos dez anos, devemos observar o crescimento dos terminais ferroviários, principalmente por aumento de produtividade destas estruturas, o que permitirá ampliar o volume movimentado pelo modal”, afirmou o coordenador do Esalq-Log.

Expansão

Fernando Rocha, pesquisador do Esalq-Log, citou a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) como projetos que podem contribuir para a expansão do modal ferroviário no agronegócio.

“Não vejo alteração muito significativa na fatia de mercado das ferrovias nos próximos dez anos, porque os investimentos são de longo prazo, mas acredito que vejamos aumento no volume ao longo dos anos”, indicou Rocha.

 

 

Fonte: Broadcast Agro

Equipe SNA

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