A Embrapa Suínos e Aves informou que os custos de produção para as áreas de suínos e frangos de corte fecharam o mês de janeiro deste ano em alta, principalmente influenciados pelo custo com a nutrição dos animais.
Segundo Ari Jarbas Sandi, economista e analista da Embrapa Suínos e Aves, é possível verificar que em agosto de 2019, o custo do suíno, por exemplo, estava em torno de R$ 4,30/R$ 4,50kg; o milho era cotado a R$ 42,00/R$ 43,00 a saca de 60 quilos, e o farelo de soja custava de R$ 1.500,00 a R$ 1.700,00 a tonelada, e depois disso os preços dos grãos registraram forte alta no mercado interno.
“Isso tem a ver com três fatores: problemas climáticos nas safras, principalmente na região Sul do País, taxa de câmbio e o aquecimento do mercado internacional. Hoje, dependendo do local, a saca de 60 quilos de milho chega até R$ 108,00 e o farelo de soja a R$ 2.900,00 a tonelada”, disse Sandi.
No caso das aves de corte, em janeiro, o Índice de Custos de Produção de Frango (ICPFrango) fechou a 426,26, com aumento de 5,63% em relação a dezembro de 2021. Ao estender a comparação até janeiro do ano passado, o aumento do índice foi de 20,36%.
Frangos
A alimentação dos frangos passou a representar na cesta de custos de produção a fatia de 76,20%, aumentando 5,13% no comparativo com dezembro do ano passado e 14,31% no acumulado de 12 meses. A título de referência, em dezembro de 2021 o investimento na nutrição das aves representava 75,36%, e havia aumentado 1,58% em relação a novembro.
No Paraná, estado brasileiro que lidera a produção de frango, o custo para produzir 1 quilo da ave fechou janeiro a R$ 5,51, sendo que R$ 4,20 representam gastos com a alimentação das aves. Em janeiro de 2021, o custo total no Paraná era de R$ 4,58 por quilo da ave, com R$ 3,51/kg investidos na nutrição dos animais.
Ao aproximar a comparação entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, o custo total para produzir 1 quilo de frango no Paraná, passou de 5,21 para R$ 5,51, uma alta de 5,75%; no caso da alimentação, passou de R$ 3,93/kg em dezembro para R$ 4,20/kg em janeiro de 2022, aumento de 6,80%.
Suínos
Já para a suinocultura, o Índice de Custos de Produção de Suínos (ICPSuíno) encerrou janeiro em 427,69, com alta de 6,78% em relação a dezembro de 2021. Ao estender a comparação até janeiro do ano passado, o aumento do índice foi de 12,76%.
A nutrição dos suínos passou a representar na cesta de custos de produção a porcentagem de 82,04%, aumentando 6,50% no comparativo com dezembro do ano passado e 10,40% no acumulado de 12 meses. Em dezembro de 2021 o investimento na nutrição das aves representava 81,10%, e havia aumentado 5,10% em relação a novembro.
Tomando por exemplo Santa Catarina, top no ranking de produção de suínos no País, o custo para produzir 1 quilo de suíno fechou janeiro em R$ 7,48, sendo que R$ 6,13 representam gastos com a alimentação dos animais. Em janeiro de 2021, o custo total em Santa Catarina era de R$ 6,63 por quilo de suíno, com R$ 5,46/kg investidos em nutrição.
Ao aproximar a comparação entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, o custo total para produzir 1 quilo de suíno no Paraná, passou de R$ 7,00 para R$ 7,48, uma alta de 6,90%; no caso da alimentação, passou de R$ 5,68/kg em dezembro para R$ 6,13/kg em janeiro de 2022, aumento de 7,90%.
Fonte: Notícias Agrícolas