Conab: nova estimativa aponta para uma produção de grãos na safra 2021/22 de 268.2 milhões de toneladas

A produção brasileira de grãos na safra 2021/22 está estimada em 268.2 milhões de toneladas. O volume, se confirmado, representa um aumento de 5% quando comparada com a temporada passada, o que representa cerca de 12.79 milhões de toneladas a mais a serem colhidas. É o que mostra o 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022 divulgado nesta quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“O desempenho da atual safra sofre impacto da forte estiagem, verificada nos estados da região Sul do País e no centro-sul de Mato Grosso do Sul, que justifica as perdas expressivas nas produtividades estimadas, sobretudo nas lavouras de soja e milho”, indicou o presidente da Companhia, Guilherme Ribeiro.

“Mesmo com índices pluviométricos mais regulares em comparação ao registrado em dezembro do ano passado, a chuva registrada em janeiro na região Sul não foi suficiente para atingir a média em toda a região.”

Soja

Com 16,80% das lavouras já colhidas, a soja deverá contabilizar uma produção de 125.47 milhões de toneladas, uma queda de cerca de 9% quando comparada com a safra passada.

O plantio da oleaginosa ocorreu dentro da janela ideal na maioria das regiões produtoras, o que gerou expectativas positivas. Porém, a partir de novembro, o cenário mudou devido às condições climáticas adversas ocorridas.

“A influência do fenômeno La Niña interferiu fortemente nas precipitações registradas. Praticamente toda a região Sul e parte do Mato Grosso do Sul sofreram restrição hídrica severa em novembro e dezembro, além de altas temperaturas, que provocaram drástica queda de produtividade nas áreas”, indicou o diretor de Política Agrícola e Informações da Companhia, Sergio De Zen.

Milho

Já para o milho, apesar do clima adverso para a primeira safra, a Conab espera uma recuperação na produção. Segundo a estimativa da estatal, deverão ser colhidas 112.34 milhões de toneladas, um aumento de 29% em relação a 2020/21.

A primeira safra do grão deve permanecer em 24 milhões de toneladas, volume muito próximo ao colhido na temporada passada. Já para a segunda safra é esperado um aumento de 47% na colheita, podendo chegar a 86 milhões de toneladas.

“Esse aumento é devido aos preços atraentes praticados pelo mercado e pelo plantio realizado na janela ideal da soja, principal cultura que antecede ao milho”, indicou Sérgio. Segundo o Progresso de Safra, divulgado no último dia 7, já haviam sido semeados 22,40% da área estimada, com destaque para Mato Grosso, que tem percentual de plantio chegando a 42,60%.

Feijão

A produção de feijão deve se manter em torno de três milhões de toneladas. A primeira safra deve registrar uma queda na colheita de 4,20%, podendo chegar a 935.500 toneladas. O resultado reflete a redução tanto da área plantada, quanto da produtividade. Mas a expectativa é que as próximas duas safras da leguminosa registrem recuperação.

Arroz

No caso do arroz, a Conab estima uma queda de produção em torno de 10%, e a colheita prevista está em 10.57 milhões de toneladas. Segundo o levantamento, a questão climática no Brasil é apontada como um dos fatores determinantes para as expectativas da safra 2021/22.

“As lavouras, principalmente no Rio Grande do Sul, sofreram com altas temperaturas e isso prejudica a fase reprodutiva”, disse o gerente de Acompanhamento de Safras da Companhia, Rafael Fogaça.

“Além disso, o tempo seco reduziu sensivelmente os níveis dos mananciais para irrigação, fazendo com que parte das lavouras sejam manejadas em regime de sequeiro ou subirrigada, o que reduziu o potencial produtivo das lavouras.”

Algodão

Outra importante cultura, o algodão já está plantado em cerca de 79,60% da área destinada ao cultivo do grão. A expectativa é que a produção aumente cerca de 15%, chegando a 6.6 milhões de toneladas.

Esse crescimento reflete não só o aumento da área cultivada, bem como das condições climáticas favoráveis ao plantio, germinação e desenvolvimento vegetativo, assim como a semeadura dentro da correta janela de plantio. Apenas a pluma da fibra deve registrar uma produção de 2.71 milhões de toneladas.

Exportações

Neste levantamento, a Conab manteve a estimativa de exportações de algodão com crescimento de 2,50%, em relação ao último ano, estimando que seja totalizado um volume de 2.05 milhões de toneladas.

Por outro lado, houve um corte de 10,30% nos embarques estimados para a soja em relação ao boletim divulgado em janeiro. Com a quebra da safra na região Sul, a nova estimativa é que as exportações da oleaginosa totalizem 80 milhões de toneladas.

Já para o milho, na safra 2020/21, no acumulado de fevereiro a janeiro foram exportadas 20.8 milhões de toneladas, enquanto que as importações fecharam o ano safra em três milhões de toneladas. Com isso, os estoques finais estimados para o ciclo passado resultaram num total de 8.8 milhões de toneladas.

Para a temporada 2021/22, diante do aumento da produção e de uma moeda doméstica desvalorizada, a Conab estima que 35 milhões de toneladas serão exportadas.

Estoques do ciclo atual

Além disso, a Conab espera que o estoque final no atual ciclo seja de 10 milhões de toneladas, volume 14,50% superior ao estimado para a safra 2020/21. A recuperação ocorre em função da expectativa de uma boa segunda safra de milho no Brasil.

Com relação ao trigo, a estimativa é que os estoques de passagem fechem o ano em 180.000 toneladas, volume superior ao que foi registrado na safra 2020/21, porém, com redução em relação ao último levantamento, quando se previa a finalização do ano safra em julho com 280.000 toneladas de estoques de passagem.

Preços

Com relação aos preços dos produtos nas principais praças, ocorreu no mês de janeiro, em comparação com dezembro, uma certa estabilidade nas cotações de arroz no Rio Grande do Sul, com ligeira queda de 0,10%. Preços estáveis também para o trigo no Paraná.

Em contrapartida, o feijão preto no estado paranaense e o feijão cores em São Paulo registraram alta de 20% nas cotações. No Mato Grosso, alta para milho, soja e algodão em 10,50%, 7,60% e 6,70% respectivamente. A oleaginosa também registrou preços mais elevados em 5,50% no Paraná.

Para mais informações sobre as condições das lavouras do País, acesse a íntegra do 5º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022.

 

 

Fontes: Conab/Valor

Equipe SNA

 

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