Veja abaixo os fatos que deverão merecer a atenção do mercado de soja na semana que vem. As informações são do analista da Safras Consultoria, Luiz Fernando Gutierrez Roque.
- O mercado da soja permanece com as atenções centralizadas no clima para o desenvolvimento da nova safra da América do Sul diante dos problemas produtivos derivados do fenômeno La Niña. Paralelamente, os traders acompanham os movimentos da demanda chinesa no mercado internacional.
- A falta de umidade continua trazendo problemas importantes para as lavouras do Sul do Brasil, assim como para as principais províncias da Argentina e a maior parte do Paraguai.
- No Brasil, apesar de algumas chuvas terem atingido boa parte dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná nos últimos dias, os acumulados foram considerados insuficientes na maioria das microrregiões estaduais para trazer uma recuperação das lavouras que sofrem com a falta de umidade desde dezembro. Além disso, as altas temperaturas também são um fator que acelera a deterioração das lavouras, e nesta última semana tivemos registros de temperaturas extremamente elevadas, principalmente no Rio Grande do Sul. Nestas condições, a cada dia as perdas aumentam e se tornam cada vez mais irreversíveis.
- Já trabalhamos com uma perda de pelo menos 12 milhões de toneladas na safra brasileira, e se o clima não melhorar, infelizmente novos cortes serão feitos. Os mapas de previsões climáticas voltam a apontar para pouca umidade no Sul do Brasil nos próximos 7 dias.
- No Paraguai, as perdas que pareciam não ser tão extensas ao longo de dezembro começam a se mostrar muito expressivas. É possível que 40% da safra paraguaia esteja em xeque.
- Na Argentina, as chuvas dos últimos dias foram consideradas benéficas para as lavouras da Zona Núcleo. As previsões apontam para mais uma semana de clima úmido sobre as principais províncias produtoras, o que, se confirmado, certamente será um fator positivo para as lavouras. Ainda é cedo para consolidarmos as perdas na Argentina, mas a atenção segue redobrada devido aos mapas que apontam para um mês de fevereiro bastante seco. De qualquer forma, algumas lavouras sofreram com a falta de umidade do mês de dezembro, e há dúvidas com relação ao potencial de recuperação.
- Chicago deve continuar encontrando suporte nos problemas produtivos da América do Sul, e se o clima não melhorar, patamares mais elevados podem ser testados. Apesar disso, a umidade esperada para a Argentina é um fator que pode limitar o movimento positivo nos próximos dias.