As exportações brasileiras de soja garantiram, de janeiro a novembro, um novo recorde anual. Segundo dados divulgados pela Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), no período os embarques somaram 84.2 milhões de toneladas, quase dois milhões de toneladas a mais do que o total de 2020 de cerca de 82.3 milhões de toneladas, nas contas da entidade. A melhor marca até agora era a de 2018 (83.3 milhões de toneladas).
Após um ritmo dentro do esperado no primeiro semestre, quando a maior parte das exportações brasileiras é escoada, as vendas ganharam fôlego extra a partir de agosto, mês em que, tradicionalmente, o fluxo arrefece com a queda do volume disponível e a entrada da safra americana no mercado. Mas houve problemas logísticos nos Estados Unidos depois da passagem do furacão Ida, e o Brasil foi beneficiado.
O fato é que, diante desses problemas, da valorização do dólar e da ainda boa disponibilidade após mais uma colheita recorde na safra 2020/21, a soja brasileira ficou mais barata para a China, que lidera as importações mundiais. O Brasil é o maior país exportador.
Embora os chineses estejam comprando menos soja este ano, segundo a agência Reuters, o país adquiriu 87.6 milhões de toneladas de janeiro a novembro, com queda de 5,50% em relação ao mesmo período de 2020. É possível notar um aumento de sua demanda pelo grão brasileiro desde agosto, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Também houve avanços das vendas para Espanha, Irã, Bangladesh, Vietnã, entre outros destinos.
Estimativas
Somente em novembro, os embarques de soja no Brasil totalizaram 2.22 milhões de toneladas, um aumento de 188% em relação ao mesmo mês do ano passado (770.300 toneladas). Para dezembro, a estimativa da Anec é que as exportações totalizem 2.58 milhões de toneladas, 16 vezes mais que no fim de 2020. Se confirmado esse volume, o Brasil vai exportar um total de 86.7 milhões de toneladas em 2021.
Segundo a Associação Brasileiras das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), os embarques deverão totalizar 86 milhões de toneladas, contra 83 milhões de toneladas em 2020, e render US$ 38.7 bilhões, com aumento de 35%.
Milho
Enquanto a soja vai bem, o milho segue na contramão, confirmando as expectativas do mercado, após a quebra das duas principais safras do país este ano. Segundo a Anec, os embarques do cereal até novembro totalizaram 17.3 milhões de toneladas, 41,60% menos do que no mesmo período de 2020.
Para dezembro, as exportações de milho deverão totalizar 3.47 milhões de toneladas, com queda de 9,20% em relação ao mesmo mês do ano passado. Caso esse volume se confirme, o Brasil terá embarcado 20.7 milhões de toneladas em 2021, com baixa de 37,90% sobre o total de 2020.
Desde que os sinais de quebra na safrinha ficaram evidentes, o mercado já estimava uma redução de 40% nas exportações de milho, por conta das necessidades dos frigoríficos no País, que pagaram mais pelo cereal básicos nas rações de aves e suínos.
Fonte: Valor
Equipe SNA