A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) promoveu, nesta quarta-feira, a videoconferência “Ferrovias: por quais trilhos percorrem os produtos agropecuários brasileiros?”.
O encontro foi moderado pelo diretor técnico adjunto da CNA, Reginaldo Minaré, e contou com a participação do coordenador do EsalqLog, Thiago Guilherme Péra, e do presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luís Henrique Teixeira Baldez.
Minaré destacou a importância das ferrovias para o Brasil, “que tem matriz agrícola e tamanho territorial gigantesco”. Segundo ele, dos quase 30.000 quilômetros de extensão concedida da malha ferroviária brasileira, 18.000 quilômetros estão abandonados ou semiabandonados.
“Não está faltando só investimento. Precisamos de um planejamento de estado, segurança jurídica e investimentos privados e públicos de forma permanente. É um desafio e uma grande oportunidade, pois o agronegócio precisará continuar produzindo, exportando e transportando”, disse o diretor adjunto da CNA.
Importância
Para Thiago Péra, o setor agropecuário é um dos principais “clientes” da logística, com uma produção que ultrapassa um bilhão de toneladas e um volume de demanda de transporte superior ao volume produzido. Segundo ele, a ferrovia tem um papel importante para a redução de custos, das emissões de gases de efeito estufa e de acidentes nas rodovias.
“O agronegócio é um importante segmento da economia e tem uma demanda reprimida por infraestrutura gigantesca. As expectativas dão conta de que a nossa produção vai aumentar muito nas próximas décadas. É extremamente importante que a nossa infraestrutura cresça mais do que a nossa produção para termos uma efetiva diversificação da matriz de transporte”, afirmou Péra.
Proposições
O presidente executivo da Anut analisou a falta de competitividade da logística brasileira, o novo marco regulatório das ferrovias e sinalizou o que deve ser feito para melhorar os custos ferroviários.
Entre as proposições da entidade estão a participação efetiva na regulamentação do PLS 261, que trata do novo marco regulatório de exploração das ferrovias, a fiscalização dos sistemas tarifários e a cobrança dos órgãos de estado.
Baldez defendeu ainda o efetivo combate à abusividade de preços, à adoção de medidas que dificultam a integração da malha e a posturas empresariais que impeçam a concorrência intra e intermodal.
“Precisamos criar uma coalizão de entidades usuárias e trabalhar de braços dados, junto aos concessionários e ao poder concedente, para que isso efetivamente traga o que a gente quer: a redução do custo logístico”, disse.
Fonte: Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
Equipe SNA