Embora tenha reduzido suas estimativas para culturas como milho, café e feijão, em decorrência dos problemas climáticos que prejudicam as colheitas, o Ministério da Agricultura manteve em R$ 1.1 trilhão a sua projeção para o Valor Bruto da Produção (VBP) agropecuária do País em 2021, graças a ajustes para cima nas estimativas da soja e carnes bovina e de frango, entre outros.
Esse montante total é 9,80% superior ao calculado pela Pasta para 2020 (R$ 1 bilhão), em valores já ajustados pela inflação. Mas esse aumento já foi maior, e caiu para menos de 10% em boa medida devido à seca e às geadas que prejudicaram algumas lavouras.
Para o VBP das 21 lavouras que compõem o levantamento em 2021, a projeção passou de R$ 753.2 bilhões, em julho, para R$ 757 bilhões, um aumento de 12,80% em relação a 2020 (R$ 671.2 bilhões).
Depois de escapar das intempéries e registrar mais uma colheita recorde na safra 2020/21, a soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, deverá registrar um VBP de R$ 363.5 bilhões neste ano, 28,70% a mais que em 2020. Esse percentual de aumento também já foi maior, mas encolheu um pouco por causa da queda dos preços nos últimos meses.
Milho
Para o milho, o Ministério da Agricultura passou a projetar R$ 128.9 bilhões em 2021, em relação aos R$ 131.5 bilhões calculados no mês passado. Em relação a 2020, porém, a alta ainda chega a 11,80%, embora no primeiro semestre, antes da quebra da safrinha aumentar, as contas sinalizavam para um aumento superior a 20%.
Outras culturas
Entre as principais lavouras cultivadas no País, também vão aumentar em 2021 os VBPs da cana (3,90%, para R$ 85.2 bilhões), do arroz (4,70%, para R$ 20.7 bilhões) e do trigo (41,80%, para R$ 13.3 bilhões) – o trigo, por sinal, tem sido beneficiado pelo clima.
Em contrapartida, são esperadas quedas para algodão (1,30%, para R$ 26.1 bilhões), café (14,40%, para R$ 34.8 bilhões), banana (6,90%, para R$ 12.9 bilhões), mandioca (4%, para R$ 11.8 bilhões), feijão (12,10%, para R$ 13.5 bilhões), tomate (24,40%, para R$ 9.8 bilhões) e cacau (3,10%, para R$ 3.9 bilhões).
Pecuária
Para o conjunto das cinco principais cadeias da pecuária, o ministério elevou a sua estimativa para o VBP neste de R$ 346.2 bilhões para R$ 351.7 bilhões), com aumento de 4% em relação a 2020 (R$ 338.2 bilhões), em larga medida sustentado pelas exportações de carnes.
O segmento é liderado pelos bovinos, cujo VBP deverá atingir R$ 155.8 bilhões este ano, 7,30% acima de 2020. Para o frango, a previsão agora é de alta de 7,50%, para R$ 98.8 bilhões, e para os suínos o montante calculado passou a ser de R$ 30 bilhões, em queda de 6,40%.
O ministério também estima quedas para o leite (1,10%, para R$ 49.7 bilhões) e para os ovos (7,50%, para R$ 17.5 bilhões).
Fonte: Valor
Equipe SNA