Os preços do tomate e da batata caíram em fevereiro nas principais centrais atacadistas do País. Esse movimento registrado no mês passado tende a se repetir em março, informou o 3º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado hoje.
A pesquisa da Conab considera as cinco hortaliças (batata, cenoura, cebola, tomate e alface) com maior representatividade na comercialização nas principais Ceasas do País e que registram maior destaque no cálculo do índice de inflação oficial (IPCA).
Segundo a Companhia, o menor preço da batata já era esperado, acompanhando o comportamento registrado ainda em janeiro, quando foi verificada a interrupção das altas iniciadas em outubro do ano passado. No entanto, a média de preços em fevereiro deste ano ainda é superior à do mesmo período de 2020, porém inferior à de 2019. “A intensificação da safra das águas do tubérculo ampliou a oferta do produto no mercado”, indicou a Conab.
Clima
Aliado a isso, a qualidade, entre outros fatores, pode também ter exercido influência na diminuição dos preços. O ritmo de colheita foi prejudicado pelas constantes chuvas nas áreas produtoras e o excesso de umidade provocou perda na qualidade, com a consequente desvalorização da batata.
As condições climáticas também tendem a prejudicar a qualidade do tomate oferecido ao mercado em março. Se em fevereiro houve uma maior oferta do fruto em virtude da colheita da safra de verão, neste mês já pode ser observado uma menor demanda.
“A qualidade, aliada à menor procura, influencia na manutenção das cotações em níveis mais baixos para o mercado atacadista”, estimou a estatal.
Variação de oferta
Os preços da cenoura, em fevereiro, registraram tendência de queda. Este comportamento de preços “decorreu principalmente das variações constantes da oferta aos mercados, sobretudo a partir de Goiás e de Minas Gerais, notadamente das regiões de Cristalina e São Gotardo, respectivamente. Essa variação de oferta ao longo do mês fez com que os preços oscilassem bastante”, informou a Conab.
Cebola e alface
Já a cebola continua com valores de comercialização em alta. A concentração da oferta no Sul e a importação do bulbo favorecem o encarecimento do produto. Enquanto isso, o movimento de preços da alface, em fevereiro, foi novamente de alta nos mercados analisados.
A Conab explicou que “no mês de fevereiro choveu intensamente na maior parte do País e principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste, o que já vinha ocorrendo desde o mês de janeiro. Dessa forma, o clima não foi favorável à recuperação das roças, já prejudicadas pelas chuvas anteriores”.
Frutas
No segmento de frutas, o estudo da Conab também considerou os alimentos com maior participação na comercialização e no cálculo da inflação (banana, laranja, maçã, mamão e melancia).
Segundo a Companhia, o aumento da colheita da maçã gala, tanto para produtores com acesso às câmaras frias quanto os pequenos, sem acesso a essa tecnologia, em meio a uma demanda regular, provocou impacto com a queda de preços da fruta.
Já a variedade Fuji começou a ser colhida timidamente em fins de fevereiro, movimento que se intensificará em março. Com expectativa de boa safra para o produto, as perspectivas para as exportações são boas.
Quanto à melancia, a comercialização em fevereiro foi fraca na maioria das Ceasas, o que não se converteu em aumento de preços, uma vez que o tempo chuvoso influencia em uma demanda menor.
Com isso, os produtores encontram nas exportações uma boa alternativa para escoar a produção, principalmente das minis melancias do Ceará e do Rio Grande do Norte.
Fonte: Broadcast Agro
Equipe SNA