A safra nacional de grãos para 2021 deve ficar 9 milhões de toneladas acima da safra de 2020, um aumento de 3,50% em relação ao ano passado, que já havia sido recorde na série histórica da pesquisa que teve início na década de 1970.
As informações são do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Pela estimativa de fevereiro, o total de cereais, leguminosas e oleaginosas produzido no País este ano deve atingir 263.1 milhões de toneladas.
Em relação à estimativa de janeiro, a soja teve mais um ligeiro aumento (0,10%) e continua batendo recordes, devendo alcançar 130.4 milhões de toneladas. O milho declinou um pouco nessa comparação (- 0,20%), mas continua em patamares recordes em relação aos anos anteriores, devendo chegar a 103.5 milhões de toneladas.
Em relação ao ano anterior, a produção de soja deve ser 7,30% maior, havendo aumento de 3,10% na área a ser colhida; e a de milho 0,30% maior, com alta de 3,40% na área a ser colhida.
Cenário favorável
“Embora o plantio da soja tenha atrasado este ano, em função da estiagem, a partir de dezembro, com a volta das chuvas, as lavouras se recuperaram na maior parte do país e a produtividade da leguminosa deve ser elevada”, avaliou o coordenador da pesquisa do IBGE, Carlos Barradas.
“Os preços estão bastante favoráveis no mercado internacional e a demanda continua alta. Por isso, os produtores continuam ampliando as áreas de plantio dessa commodity pelo País”.
Condições climáticas
No entanto, o coordenador ressaltou que os produtores continuam preocupados com as condições climáticas, pois estão previstos grandes volumes de chuvas em importantes regiões produtoras, o que pode atrasar ainda mais a colheita e comprometer a qualidade dos grãos.
Barradas explicou que o milho também vem encontrando condições bastante favoráveis em relação ao mercado, mas ressaltou que é preciso considerar as mudanças do clima.
“As reduções nas estimativas do milho estão associadas à menor produtividade estimada para a cultura, devido à falta de chuvas no decorrer do ciclo da primeira safra. A produção do milho vem, a cada ano, dependendo mais da produção da segunda safra, mas esta vem crescendo à medida que a tecnologia de produção avança no campo”, disse.
Atualmente, em alguns estabelecimentos agropecuários, já é comum o plantio do cereal concomitante à colheita, otimizando, assim, a janela de plantio da safra e possibilitando maior segurança climática durante o ciclo da cultura”, esclareceu o coordenador da pesquisa.
Aumentos
Em relação à informação anterior (janeiro), houve aumentos ainda nas estimativas da produção do trigo (16,80% ou 965.800 toneladas), do café canephora (12,10% ou 98.100 toneladas), da cevada (9% ou 32.900 toneladas), da aveia (2,20% ou 21.300 toneladas), do café arábica (1,60% ou 30.600 toneladas), do milho de 2ª safra (0,30% ou 262.800 toneladas) e da soja (0,10% ou 117.200 toneladas).
Baixas
Mas são esperados declínios na produção do arroz (- 0,1% ou 8.800 toneladas), do feijão 3ª safra (- 0,10% ou 810 toneladas), do feijão 2ª safra (- 0,70% ou 8.600 toneladas), do tomate (- 1,20% ou 46.000 toneladas), do milho 1ª safra (-1,70% ou 441.300 toneladas) e do feijão 1ª safra (- 3,60% ou 46.800 toneladas).
Projeções regionais
As regiões Sul e Nordeste tiveram acréscimos em suas estimativas de 14,10% e 0,90%, respectivamente, sendo que a primeira deve produzir 31,70% do total de grãos do País e a segunda, 8,70% do total.
Já o Centro-Oeste, maior região produtora do País, que responde por 45,80% da safra nacional, teve decréscimo em sua estimativa (- 0,90%), bem como o Sudeste (- 0,60%) e o Norte (- 2,20%).
Fonte: IBGE
Equipe SNA