De julho de 2020 a fevereiro de 2021, o valor das contratações de crédito rural somou R$ 147.57 bilhões, o que representa uma alta de 18% em relação ao mesmo período da safra anterior.
Segundo o Balanço de Financiamento Agropecuário da Safra 2020/2021, os recursos para investimento somaram R$ 47.33 bilhões (40%), R$ 78.64 (14%) para custeio, R$ 8.24 bilhões (1%) para industrialização e R$ 13.34 bilhões para comercialização, que teve redução de 3%.
A menor demanda de crédito para comercialização é explicada, principalmente, pela elevação dos preços agrícolas, que torna desnecessária a formação de estoques.
As maiores reduções por financiamentos dessa natureza foram observadas, principalmente, para os produtos relacionados à cesta básica, como leite (-36%), arroz (-26%), café (-7%), milho (-9%), trigo (-6%), bovinos (-6%) e suínos (-42%).
O bom desempenho do crédito rural tem como destaque os financiamentos contratados pelos produtores de maior porte e cooperativas, classificados na categoria de “Demais”, que se situaram em R$ 49.14 bilhões (16%) para custeio e R$ 35.22 bilhões (56%) para investimento. Essa categoria respondeu por 62% do crédito de custeio e 74% do crédito de investimento.
Pronaf e Pronamp
No âmbito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), as contratações de custeio somaram R$ 12.11 bilhões, e no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), R$ 17.38 bilhões, com crescimento de 19% e 6%, respectivamente.
Já para investimento foram contratados R$ 10.23 bilhões pelo Pronaf e R$ 1.88 bilhões ao amparo do Pronamp, com crescimento de 8% e 3%, respectivamente.
Os médios produtores, amparados pelo Pronamp, também podem financiar seus investimentos por meio dos programas específicos de investimento (Moderfrota, Inovagro, Moderinfra, ModeragroPCA, ABC).
O fato de as contratações de custeio, realizadas pelos “Demais” produtores, ter crescido 16% em valor e reduzido 23% em número de contratos, elevando, assim, o ticket médio dessas operações, é explicado, principalmente, pelo aumento na utilização de recursos livres, que não têm limite de financiamento.
Fontes
Dentre as contratações de crédito rural, realizadas com recursos controlados, no total de R$ 100.15 bilhões, destaca-se a redução de 25% na utilização de Recursos Obrigatórios, situando-se em R$ 27.19 bilhões, ao mesmo tempo em que a utilização de recursos da Poupança Rural Controlada aumentou 78%, atingindo R$ 42.45 bilhões. O aumento na utilização de recursos das fontes não controladas (22%) foi superior ao das fontes controladas (17%).
Na avaliação do diretor do Departamento de Crédito e Informação, Wilson Vaz de Araújo, isso confirma o acerto da política de diversificação das fontes de financiamento, com destaque para o aumento de 72% em recursos livres (de tesouraria ou próprios dos bancos), num total de R$ 12.16 bilhões, e de 15% nas contratações com recursos da fonte LCA, que ficaram em R$ 20.79 bilhões.
Em relação aos financiamentos realizados no âmbito dos programas de investimento, com recursos da fonte BNDES, administrados pelo Ministério da Agricultura, os programas que se destacaram, pelo valor contratado e respectivo aumento, foram o de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota): R$ 7 bilhões (33%); o de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro): R$ 1.56 bilhão (29%); o de Construção e Ampliação de Armazéns (PCA): R$ 1.66 bilhão (60%), e o de Incentivo à Irrigação e à Produção em Ambiente Protegido (Moderinfra): R$ 714 milhões (106%).
Fonte: Ministério da Agricultura
Equipe SNA