Brasil precisa de mais quatro milhões de toneladas/ano de soja até 2030

Para regular novamente o abastecimento brasileiro e colaborar no âmbito mundial, o Brasil precisaria urgentemente plantar mais 1.15 milhão de hectares de soja/ano nos próximos nove anos. Essa é a estimativa da equipe de analistas de mercado da consultoria TF Agroeconômica.

Segundo os especialistas, isso seria necessário para aumentar a produção em mais quatro milhões de toneladas/ano para o abastecimento direto do mercado chinês. Além disso, esse volume iria abastecer, de um lado, o mercado interno para a produção de biodiesel, e de outro, o mercado de carnes, para si e para a China/sudoeste da Ásia.

A seguir, os fatores que pesam no preço da oleaginosa.

Fatores de alta

  • Alta do dólar: alguém tem alguma dúvida de que o dólar vai continuar firme em 2021 e 2022, com as disputas eleitorais ganhando cada vez mais intensidade e causando dúvidas sobre a condução do país? O diretor da consultoria inglesa Capital Economics, William Jackson, acredita que o dólar feche 2021 a R$ 5,50 e em 2022 a R$ 5,75 . Nós concordamos com ele. Isto deverá manter elevados os preços da soja durante todo o período;
  • Forte atuação da China, que voltou com apetite para comprar soja brasileira para o período fevereiro-julho e soja americana para o segundo semestre de 2021. Além disso, os chineses devem comprar mais carne brasileira, o que também deverá elevar a demanda interna por farelo. E a programação B23 deverá aumentar gradativamente a demanda por óleo de soja no Brasil, completando o quadro;
  • Atraso na colheita brasileira: a colheita, que normalmente deveria começar em janeiro, está atrasada em um mês, elevando a demanda para os portos americanos em janeiro e fevereiro e as cotações em Chicago;
  • Redução na safra argentina. Nesta semana a BCBA reduziu a produção para 46 milhões de toneladas, contra 51 MT produzidas no ano passado;
  • Posicionamento comprador dos fundos (se bem que devem estar preparados para uma queda momentânea nas cotações quando de suas realizações de lucros).

Fatores de baixa

  • Chuvas na América do Sul: as recentes chuvas abundantes em algumas áreas importantes do plantio de soja, como o oeste brasileiro, por exemplo, podem melhorar a produtividade das lavouras na sua reta final de formação de grãos;
  • Início da colheita na América do Sul: o início sempre pressiona os preços em qualquer lugar do mundo;
  • O nível elevado dos preços, que torna cada vez mais difícil a absorção por certos setores do consumo de óleo e farelo, no Brasil e no mundo.

Milho

Segundo a equipe de analistas de mercado da TF Agroeconômica, as grandes compras chinesas, o movimento dos fundos de investimento e o dólar supervalorizado são os fatores de alta para o preço do milho. Mas há também fatores de baixa no curto prazo.

Fatores de alta

  • Grandes compras chinesas: o USDA reportou outra grande venda de milho para a China na última sexta-feira. A venda de 2.108.000 toneladas da safra velha foi a segunda maior, ao dia, já registrada. As vendas da semana, cobertas pelo sistema de relatórios diários, foram de 5.848.000 toneladas para a China e de 316.400 toneladas para desconhecidos. A adição dos anúncios diários desta semana aos dados de vendas de exportação divulgados anteriormente deixaria a China com 17.693.000 toneladas da safra velha de milho dos EUA;
  • Aumento da posição comprada dos fundos: a divulgação semanal de dados da CFTC mostrou que os fundos de investimento ampliaram as suas posições compradas (líquidas) em mais 14.734 contratos para 364.229 contratos na noite de terça-feira. As tradings continuaram a reduzir o seu volume recorde de posição líquida vendida, reduzindo-a em 10.855 contratos, com aumento de 12.896 contratos comprados. Ao todo, as tradings tiveram 753.073 contratos líquidos a menos em 26 de janeiro;
  • Dólar elevado no Brasil: alguém tem alguma dúvida de que o dólar vai continuar firme em 2021 e 2022, com as disputas eleitorais ganhando cada vez mais intensidade e causando dúvidas sobre a condução do país? O diretor da consultoria inglesa Capital Economics, William Jackson, acredita que o dólar feche 2021 a R$ 5,50 e feche em 2022 a R$ 5,75.. Nós concordamos com ele. Isto deverá manter os preços dos milhos importados em alta, puxando também os preços do milho nacional.

Fatores de baixa

  • Colheita da safra de verão no Brasil: a colheita sempre traz pressão sobre os preços. Mas, a escassez do produto com estoque final extremamente baixo, deve manter os preços elevados, embora sem fazê-los subir no curto prazo;
  • Chuvas na América do Sul: se, por um lado, atrasa a colheita de milho e de soja, por outro aumenta a produtividade das lavouras que ainda estão em desenvolvimento, aumentando também o seu potencial produtivo;
  • Preços muito caros para os consumidores: este é um fator determinante, que podem levar os consumidores a simplesmente não comprarem mais os produtos finais, substituindo-os por outros e paralisando toda a cadeia para trás.

 

 

Agrolink

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