Atraso do plantio de soja foi compensado e produção de grãos deve bater novo recorde

O ritmo lento do início do plantio de soja, por causa da escassez de chuvas nas principais regiões produtoras em setembro e na primeira metade de outubro, não foi suficiente para reduzir a estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para mais uma colheita recorde da oleaginosa, carro-chefe do campo no País, nesta safra 2020/21. Com isso, a estatal confirmou que a produção total de grãos também deverá ser a maior da história na temporada.

Em relatório divulgado ontem, a Conab passou a projetar a produção de grãos em 268.9 milhões de toneladas, 0,10% acima do que estiou em outubro e volume 4,60% superior ao do ciclo 2019/20. A área plantada deverá somar 64.2 milhões de hectares, com aumento de 1,90% em relação a 2019/20, e a produtividade média das lavouras tende a crescer 2,80% nesta comparação, para 4.008 quilos por hectare.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que ontem publicou suas primeiras previsões para a colheita de grãos do ano que vem, serão, no total, 253.2 milhões de toneladas, um aumento de 0,50%.

Para a soja, a Conab agora estima uma produção de praticamente 135 milhões de toneladas, 1% mais que o previsto em outubro e volume 8,10% maior que o da safra passada. A área plantada com a cultura passou a ser calculada em 38.3 milhões de hectares, também 1% acima do projetado em outubro e com avanço de 3,50% em relação a 2019/20.

A estimativa para a produtividade média permaneceu em 3.528 quilos por hectare, aumento de 4,40% em relação ao ciclo passado.

No caso do milho, a produção total, somadas as três safras anuais, foi ajustada pela Conab para 104.9 milhões de toneladas, um novo recorde 0,30% menor que o previsto em outubro, mas 2,30% superior ao de 2019/20.

Ainda sem previsões para a chamada safrinha, a principal das três, que só será cultivada no início do ano que vem, a área plantada com o cereal está estimada em 18.4 milhões de hectares, com quedas de 0,20% em relação a previsão de outubro e 0,50% sobre o ciclo passado.

Para soja e milho, o impulso para a semeadura vem dos preços, que alcançaram níveis nunca antes vistos no País este ano por causa de demandas firmes no exterior e no mercado interno, do câmbio e, ainda, da expectativa de que esse cenário positivo deverá perdurar.

Diferente do que acontece no mercado de algodão, onde as perspectivas não são tão boas, com projeções de queda na produção. Segundo a Conab, a colheita da pluma atingirá 2.7 milhões de toneladas, 8,80% menos que em 2019/20.

 

Fonte: Valor Econômico

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