Se por um lado o País está vendendo praticamente toda a soja que possui para o exterior, do outro está precisando importar o grão para atender sua demanda interna. No acumulado de 2020, o Brasil já comprou quase 600.000 toneladas de soja em grão do exterior, ou seja, o maior volume desde 2003.
Chegar a esse total só foi possível com os altos volumes comprados pelo Brasil nos últimos meses. Em outubro, os dados preliminares do Ministério da Economia apontam que o País importou um total de 70.786 toneladas do grão, ou seja, 5.029% a mais que o mesmo mês de 2019, quando se comprou apenas 1.380 toneladas de soja.
O montante atual também é maior que os 50.835 toneladas de setembro de 2020, só perdendo para as 78.913 toneladas de agosto deste ano. Com isso, no acumulado de 2020 (janeiro a outubro) o Brasil comprou 599.286 toneladas de soja em grão, 378,70% a mais que as 125.196 toneladas do acumulado de 2019.
Um fato bastante curioso é que o país não importa tanta soja desde 2003, quando se comprou 1.156 milhão de toneladas do grão. Ou seja, há 17 anos.
Como era o Brasil da soja em 2003?
Naquele ano, a produção brasileira de soja estava na casa dos 49.7 milhões de toneladas, com quebra na produção. Um ano antes, em 2002, o País tinha colhido 52 milhões de toneladas, e um ano depois, em 2004, voltou ao patamar de 52.3 milhões de toneladas.
As exportações também ficaram um pouco fora da curva em 2003. Naquele ano, no acumulado de janeiro a outubro, o país vendeu 19 milhões de toneladas de soja, bem mais que as 14.9 milhões de toneladas de 2002 e acima também das 18.2 milhões de toneladas de 2004.
O preço pago pela tonelada, na época, pode ter sido um dos atrativos, afinal a média estava em US$ 214,00 por toneladas de soja em 2003, quase 14% a mais que as US$ 188,00 por tonelada da média de 2002.
Claro que isso tudo fez que a oferta interna brasileira de soja ficasse restrita e, assim como em 2020, a compras foram necessárias para atender a demanda. Em 2003 o País já tinha comprado mais soja que o “normal” para época, na casa das 1.156 milhão de toneladas, contra as 915.000 toneladas de 2002 e as 264.744 toneladas de 2004.
Preços mais baixos para importar
No acumulado de 2020, a compra das 599.000 toneladas custou ao Brasil um total de US$ 185 milhões. Ou seja, o preço médio pago por tonelada está em US$ 308,00 no ano.
Em 2019, a compra de 125.000 toneladas de janeiro a agosto custou US$ 39 milhões ao País, o que representa uma média por toneladas maior que a atual, na casa das US$ 312,00. E quanta diferença para 2003…
Fonte: Canal Rural