RS já vendeu 30% da safra de soja

Segundo a TF Agroeconômica, os sojicultores gaúchos já aproveitaram bem esta chance de bons preços para 2021 e já venderam 6 milhões de toneladas ou 30% da safra cheia, para 2021. Não ouvimos nada negociado para 2022, como acontece nos estados do Centro-Oeste. Os preços para a próxima temporada estão ao redor de R$ 130,00 no interior, com excelentes lucros. Para a safra atual, que está quase sem disponibilidade, os preços se mantiveram em R$ 161,00 no porto de Rio Grande, para pagamento em 6 de novembro.

Em Canoas o preço se manteve ao redor de R$ 161,00 para pagamento em 06 de novembro. Em Ijuí e em Cruz Alta a R$ 162,00, para final de novembro e em Passo Fundo ao redor de R$ 164,00, para final de novembro. Em Santa Rosa, os preços voltaram para R$ 160,00. O preço da soja futura subiu R$ 1,00 para R$ 137,00 para entrega e pagamento em maio de 2021, o que equivale a R$ 131,00 no interior, no mercado de lote.

No Paraná, os preços mantiveram a alta do dia anterior. No mercado de balcão o preço oferecido ao agricultor na região de Ponta Grossa manteve a alta do dia anterior a R$ 150,00. No mercado de lotes, para entrega em outubro o preço se manteve a R$ 160,00 em Ponta Grossa, para pagamento meados de novembro. No interior dos Campos Gerais, porém, o preço se manteve a R$ 160,00, para retirada em outubro e pagamento em novembro. Em Paranaguá a cotação do mercado disponível se manteve a R$ 155,00, para entrega em outubro e pagamento final de outubro (apenas referência, sem negócios).

Os preços da soja para maio de 2022 registram um lucro médio de 68,83%, mas podem cair no médio e longo prazo, segundo a TF Agroeconômica. A equipe de especialistas, no entanto, chama a atenção para um fator importante da formação do preço da soja: o câmbio.

O dólar tem tudo para cair durante 2021 e 2022, dos atuais R$ 5,64 para R$ 5,10 em 2021, R$ 4,90 em 2022 e R$ 4,80 em 2023. Com isto, nossa recomendação é a de se aproveitar esta oportunidade enquanto tiver a chance, porque Chicago e os prêmios, realmente, tendem a permanecer firmes para a próxima temporada, mas o câmbio, não. E ele é 35% do preço da soja, indicam os analistas da TF.

O economista Roberto Padovani, que trabalhou na elaboração do Plano Real e atualmente trabalha no Banco Votorantin, afirmou que o nível correto do câmbio hoje deveria ser R$ 4,65 e está R$ 1,00 acima disto. Esta opinião é corroborada também pelas estimativas semanais do Relatório Focus, que projetam uma taxa ao redor de R$ 5,00 para 2021.

A argumentação de Padovani é a de que os fundamentos da economia brasileira estão sólidos e ótimos, até melhores do que antes, porque temos uma inflação controlada, saldo da Balança Comercial positivo (graças ao agronegócio) e taxa de juros baixíssima, o que significa que não vale a pena investir mais no mercado financeiro, mas sim, pela primeira vez na história da economia dos últimos 40 anos, maciçamente na produção, como o prova a enxurrada de IPOs do Ibovespa (ou na sua empresa, por exemplo), detalham os analistas da TF.

Junte-se a isto os excelentes níveis de Chicago, em torno de US$10,50 para novembro, US$ 10,38 para maio 21, US$ 9,46 para maio de 2022 e prêmios para a soja brasileira em torno de US$ 0,95 para maio de 2021 e teremos excelentes preços, em torno de R$ 130,00 para o agricultor na fazenda para maio de 2022. Estimando um custo de produção ao redor de R$ 77,00/saca, teremos um lucro de 68,83%.

Os preços do farelo de soja fecharam a semana em forte alta, mas os de óleo começam a dar sinais de cansaço, segundo informou a TF Agroeconômica. Os preços do farelo de soja no mercado interno brasileiro continuaram subindo na semana passada entre 0,81% e 8,63%. Em Anápolis subiram 1,60% para R$ 2.485,00/tonelada; em Campo Grande 3,91% para R$ 2.390,00; em Erechim 2,88% para R$ 2.500,00; em Ituiutaba 3,83% para R4 2.440,00; em Passo Fundo 0,87% para R$ 2.320,00; em Uberlândia 8,63% para R$ 2.770,00; em São Gabriel do Oeste 2,08% para T$ 2.450,00; em Maringá 7,84% para R$ 2.750,00; em Orlândia 2,92% para R4 2.470,00 e em Rio Verde 1,01% para R$ 2.490,00.

Os preços do óleo de soja subiram menos nesta semana: entre 0,87% e 2,99%. Subiram 0,98% para R$ 6.180,00 a tonelada em Passo Fundo; 0,97% em Chapecó para R$ 6.220,00; 1,73% para R$ 7.030,00 em Orlândia e 2,99% para R$ 6.900,00 em Anápolis. Nas demais praças ou os preços ficaram inalterados ou não foram divulgados preços.

No mercado internacional, o óleo de soja fechou em baixa na China e Europa e em alta na Índia. No porto chinês de Dallian a soja avançou para US$ 690,86 a tonelada contra US$ 671,43 no dia anterior; o farelo de soja avançou para US$ 479,24 a tonelada contra US$ 476,87 no dia anterior e o óleo de soja recuou para US$ 1.055,26 a tonelada contra US$ 1.076,01 no dia anterior.

Em Rotterdam, o principal porto não-China para soja e produtos, o preço do primeiro mês cotado da soja-grão subiu para US$ 457,50 a tonelada contra os US$ 455,80 no dia anterior; o pellets de soja afloat subiu para US$ 495,00 a tonelada contra US$ 482,00 no dia anterior.

China 

Na sexta-feira, no mercado à vista, as esmagadoras chinesas estiveram ativas licitando embarques para o 1º trimestre de safra nova brasileira e, simultaneamente embarques para novembro de soja dos EUA, com pelo menos dois cargos de soja brasileira sendo negociados no dia. Foi o que informou a TF Agroeconômica.

Pelo menos um cargo para embarque março foi negociado a US$ 1,76/bushel sobre março CBOT CFR/China versus ofertas relatadas a US$ 1,80/bushel sobre o mesmo vencimento. Um outro negócio foi ouvido em um nível semelhante. As taxas de frete para o embarque de março estavam caindo, em torno de US$ 2,00 a tonelada a partir do meio da semana para cerca de US$ 27,00 a tonelada na sexta-feira. Nos EUA, o embarque novembro no Golfo foi ofertado a US$ 2,67/bushel sobre janeiro CBOT e o mesmo embarque na Costa Oeste foi oferecido a US$ 2,50/bushel sobre janeiro CBOT, mas nenhuma oferta firme de compra foi relatada.

Dólar 

O dólar fecha na sexta-feira em alta de 0,32%, cotado a R$ 5,6416 para venda, oscilando entre uma máxima a R$ 5,649 (+ 0,45%) e uma mínima a R$ 5,5988 (- 0,44%).

Na semana, a moeda subiu 2,08%. Com isso, reverteu a queda no mês e passou a acumular uma alta de 0,41%. Em 2020, o dólar registra uma valorização de 40,59%.

CBOT 

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago iniciam a semana trabalhando em alta. Por volta de 9h45 (Horário de Brasília), os principais vencimentos registravam ganhos de 4,25 a 4,50 centavos, com o novembro cotado a US$ 10,54¼ e o janeiro/21 a US$ 10,54¾ o bushel.

O USDA divulga hoje o relatório semanal dos embarques e relatório da colheita nos Estados Unidos. O mercado segue acompanhando ainda as condições de climáticas e o avanço do plantio da safra 2020/21 no Brasil.

Os fundamentos continuam altistas, mas existem questões, como a melhora do clima no Brasil e uma maior disponibilidade de soja nos EUA, que podem levar a um movimento de realização de lucros. No Brasil, plantio da soja chegando a 10% com o normal sendo de quase 20%”, disse o consultor da Cerealpar e da TradeHelp, Steve Cachia.

O mercado também acompanha uma nova semana com o Brasil tendo zerados as tarifas de importação de soja e milho de países de fora do MERCOSUL, buscando entender como esse fato pode pesar sobre o mercado brasileiro e os demais, principalmente o norte-americano.

Milho 

No estado do Rio Grande do Sul, os preços do milho subiram R$ 3,00 e atingiram R$ 73,00/saca em Ibirubá, segundo informações da TF Agroeconômica. Os preços atingiram R$ 72,00 em Cachoeira do Sul; R$ 71,00 em Ijuí e R$ 70,00 em Passo Fundo. Nas demais localidades do estado oscilaram entre R$ 68,00 e R$ 69,00 no mercado de lotes. Na maioria das praças os preços subiram R$ 1,00 para R$ 71,00 para outubro, um pouco acima do preço médio do milho comprado no Mato Grosso do Sul.

Em Santa Catarina, o preço subiu R$ 1,50 para R$ 75,00 no Alto Vale do Itajaí; R$ 2,00 para R$ 73,50 nas praças de Concórdia e Joaçaba e R$ 2,00 para R$ 73,00 em Campos Novos. Em Mafra o preço subiu R$ 1,30 para R$ 67,80. Os preços para o produtor mantiveram a R$ 60,00 no Alto Vale do Itajaí; R$ 62,75 em Campos Novos; R$ 54,00 em Canoinhas e Chapecó, subiram mais um real/saca para R$ 61,00 em Concórdia e Joaçaba e R$ 57,00 em Mafra; subiram R$ 1,00 para R$ 62,00 em Pinhalzinho e a para R$ 61,75 em Xanxerê.

No Paraná, os preços subiram em média R$ 1,00 para R$ 67,00. No mercado de balcão os produtores paranaenses os preços ficaram entre R$ 60,00 e R$ 62,00. Já no mercado de lotes, os compradores estão elevando os preços na tentativa de estimulas as vendas dos agricultores. Os preços subiram R$ 2,00 para R$ 68,50 em Cascavel e se mantiveram a R$ 67,00 em Londrina, Maringá e Ponta Grossa posto indústrias e R$ 64,00 para entrega em outubro e pagamento em novembro.

Agrolink/Reuters/Notícias Agrícolas/SNA 

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp