As exportações de soja e derivados (farelo e soja) do País deverão crescer para US$ 34.5 bilhões em 2020, cerca de 5,70% mais que em 2019, e para US$ 36.6 bilhões em 2021, segundo estimativas divulgadas ontem pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), mas ainda ficarão longe do recorde registrado em 2018 (US$ 40.9 bilhões).
No cenário traçado pela entidade já considerando um avanço da colheita nesta safra 2020/21, de 4,70% em relação a 2019/20, para 131.7 milhões de toneladas, o resultado das vendas de soja em grão subirá de US$ 350,00 para US$ 370,00 por tonelada na comparação e a receita deverá somar US$ 30.3 bilhões no ano que vem, contra US$ 28.4 bilhões em 2020 e US$ 26.1 bilhões em 2019.
Em 2018, quando eclodiu a guerra comercial entre Estados Unidos e China, que beneficiou os embarques brasileiros, foram US$ 33.2 bilhões, gerados pela venda de 83.6 milhões de toneladas a um preço médio de US$ 397,00 por tonelada.
No caso do farelo, o volume de embarques estimado pela Abiove para 2020 é de 16.6 milhões de toneladas, contra 16.7 milhões de toneladas em 2019. Para 2021, a entidade estima uma queda para 16 milhões de toneladas. Mas como a expectativa é que o preço médio aumente para US$ 370,00 por tonelada no ano que vem, contra US$ 325,00 no ano passado e US$ 352,00 em 2019, a receita poderá voltar para os US$ 5.9 bilhões, como foi em 2019, acima dos US$ 5.4 bilhões de 2020.
Para o óleo, finalmente, a Abiove estima que o volume exportado, que foi de 1 milhão de toneladas no ano passado, chegará a 1.1 milhão de toneladas em 2020 e cairá para 400.000 toneladas em 2021, embora as perspectivas apontem para uma alta do preço médio. Nesse cenário, a receita, que foi de US$ 695 milhões em 2019, alcançará US$ 735 milhões este ano e cairá para US$ 300 milhões em 2021.
Quanto mais aumenta a mistura de biodiesel no diesel comercializado no Brasil, menor é o excedente exportável de óleo de soja, principal fonte para a produção do biocombustível no País.
Valor
