Imea eleva estimativa de plantio de soja 2020/21 em Mato Grosso e produção pode registrar novo recorde

A área plantada de soja 2020/21 em Mato Grosso deve registrar um recorde de 10.3 milhões de hectares, estimou o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), ao elevar em 0,93% a projeção em relação à estimativa anterior, com agricultores mais capitalizados ampliando investimentos na lavoura.

No levantamento divulgado em setembro, o instituto estimou uma área de 10.2 milhões de hectares para a oleaginosa. Em relação à safra passada, o aumento é de 3,20%. O Imea também prevê um incremento de 1,01% na produtividade em relação à estimativa anterior, para 58,03 sacas por hectare.

Com isso, apesar do atraso no plantio causado pela falta de chuvas, a colheita de soja no maior estado produtor do País pode registrar um novo recorde de 35.87 milhões de toneladas, com aumento de 1,95% em relação à estimativa anterior e de 1,31% comparada à safra passada.

“A capitalização do produtor rural na última safra, assim como a comercialização adiantada de soja futura e relações de troca favoráveis no último ano justificam o aumento do otimismo do cultivo da oleaginosa no estado”, informou o Imea em relatório.

Clima e previsões

O órgão ressaltou que a perspectiva de redução da área de algodão na primeira safra e o aumento constante dos preços futuros da soja ajudam a embasar a estimativa de recorde no plantio da oleaginosa.

A produção de soja poderia ser ainda maior em Mato Grosso, não fossem os efeitos da falta de chuvas e do atraso no plantio sobre a produtividade.

Apesar do ajuste positivo na análise mensal, o rendimento de 58,03 sacas por hectare é inferior ao de 59,09 sacas por hectare registrado na safra passada. “É válido pontuar que menos de 2% da soja foi semeada até final de setembro, acumulado inferior ao registrado nos últimos anos”, indicou o Imea. A média histórica para o período é de 9,59%.

Além disso, alguns produtores que plantaram a soja “no pó”, devido à necessidade de escalonamento de semeadura para cultivo de algodão segunda safra, podem ter redução no volume de plantas por área, caso a previsão de pouca chuva para os próximos dias seja comprovada.

Impactos

Segundo o Imea, um outro fator que pode prejudicar os rendimentos é a possibilidade do plantio concentrado da soja no Mato Grosso, pois os produtores estão aguardando as chuvas “firmarem” para iniciar os trabalhos.

“Caso isto ocorra, a maturação da soja em grandes áreas do estado pode ‘colidir’ com as chuvas intensas de verão, geralmente ocorrem em janeiro e fevereiro, o que pode causar impactos negativos para a qualidade do grão, se não puder ser retirado da lavoura no ponto de colheita.”

“Isto sem falar na previsão das condições climáticas durante o ciclo produtivo, que ainda são muito incertas”, acrescentou o instituto, acrescentou o Imea em seu relatório.

Com base em relatos de agricultores, especialistas já falam em possíveis cortes adicionais na área de algodão segunda safra, dando lugar ao milho “safrinha”, por impossibilidade de plantio da pluma na janela ideal, logo após a colheita atrasada da soja.

Nesta segunda-feira, o Imea ainda manteve a estimativa anterior para o algodão, que indicava para 2020/21 uma redução de 10,60% na área plantada, para 1.01 milhão de hectares.

 

Fonte: Reuters

Equipe SNA

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