CNA e especialistas debatem perspectivas e desafios do seguro rural na safra 2020/2021

 

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) reuniu, nesta terça-feira, especialistas em política agrícola para debater os desafios e as perspectivas do seguro rural na safra 2020/2021.

O debate online foi moderado pela assessora técnica do Núcleo Econômico da CNA, Carolina Nakamura. Ela afirmou que o seguro rural é um pilar da nova política agrícola e que sua importância decorre dos vários riscos que o produtor está exposto, como eventos climáticos e variações de preço.

“Ao reduzir os fatores de risco ou transferí-los para um agente privado, o produtor não compromete seu patrimônio para fazer pagamentos de recursos tomados, o que permite que ele continue na atividade e mantenha seu nível tecnológico”, disse.

Resiliência

Um dos convidados para o debate foi o sócio consultor da MB Agro, Alexandre Mendonça de Barros. Segundo ele, com o passar dos anos, o seguro rural passou a ser instrumento vital de resiliência da agricultura, em grandes oscilações de clima e preço.

“O seguro é muito complexo no ponto de vista de precificação, mas é uma ferramenta importantíssima para o Brasil. A consistência nos recursos é a única maneira de criar um mercado privado, rico, dinâmico, grande e que possa comportar os riscos que estão na nossa agricultura”.

Desafios do PSR

O professor associado do Departamento de Economia, Administração e Sociologia da Esalq/USP, Vitor Ozaki, apresentou um breve histórico do Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). “O programa passou por várias modificações nos últimos seis anos, o que trouxe mais confiabilidade e credibilidade”.

Osaki destacou dois desafios do PSR, sendo o primeiro relacionado à base de dados. “Seguros são fundamentados em dados consistentes e o que temos hoje no mercado é o mesmo que tínhamos há muitos anos. O programa precisa de informações detalhadas, como tipos de solos e níveis de tecnologia utilizados pelo produtor”.

O outro desafio é o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). “O Proagro tem o mesmo público do PSR, o que faz com que sejam concorrentes. Talvez devamos pensar em fazer a unificação do tradicional e do PSR”.

Ações do Mapa

O diretor do Departamento de Gestão de Riscos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Pedro Loyola, também convidado para o debate, apresentou as ações do ministério para a promoção do seguro rural no Brasil.

Na ocasião, ele mencionou a criação do projeto Monitor do Seguro Rural e o projeto piloto do PSR para produtores de banana, maçã, uva, soja e milho (1ª e 2ª safra), que se enquadram no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

“O projeto Monitor foi criado em julho pelo Mapa, em parceria com a CNA e outras entidades do setor, para discutir os produtos e serviços de seguro rural disponíveis. Já foram avaliados seguros para diversas frutas, trigo, soja, milho 1ª e 2ª safra, café e para o setor aquícola”, disse Loyola.

Loyola também falou do aplicativo PSR, ferramenta consultiva para conectar o agricultor com as seguradoras atuantes no município, e do projeto Qualificação da Rede de Peritos, cujos objetivos são cadastrar profissionais encarregados da comprovação de perdas; capacitar peritos e corretores; ampliar a qualidade dos serviços de comprovação de perdas e viabilizar a certificação.

Assista acima ao debate na íntegra.

 

Fonte: CNA

Equipe SNA

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