O mercado futuro de grãos na Bolsa de Chicago (CBOT) continua pressionado pela perspectiva de ampla oferta norte-americana na safra 2020/21 e pela incerteza com relação à demanda chinesa, após novas exigências para importação de grãos dos Estados Unidos, indicou o Commerzbank.
Na última sexta-feira, o vencimento novembro da soja fechou em queda de 7 centavos (0,81%), cotado a US$ 8,61¼ o bushel. O vencimento setembro do milho fechou em baixa de 1,25 centavos (0,39%), cotado a US$ 3,19¼ o bushel, enquanto o mesmo vencimento do trigo terminou em baixa de 12,50 centavos (2,56%), cotado a US$ 4,75¾ o bushel.
As incertezas quanto à demanda chinesa de grãos norte-americanos foram acentuadas na semana passada, depois que a China exigiu que os fornecedores internacionais garantam que suas mercadorias não fossem contaminadas pelo novo Coronavírus, avaliou a analista de commodities agrícolas do banco, Michaela Kühl. “Isso levou à incerteza entre muitos exportadores”, acrescentou Michaela, em comentário diário enviado a clientes.
Segundo a analista, exportadores norte-americanos estão buscando cumprir essa nova exigência, emitindo uma confirmação preparada pela Coalizão de Transporte Agrícola (AgTC), informando que seus produtos foram colhidos, processados e enviados de acordo com as normas de segurança e a devida diligência sanitária.
“Ainda não há confirmação oficial dos chineses de que tal certificação será aceita. De acordo com os relatórios da agência, no entanto, até o momento não houve pelo menos atrasos no processamento das remessas”, indicou Michaela.
Já a perspectiva de ampla oferta de grãos na safra 2020/21 dos EUA deve ser confirmada amanhã no relatório trimestral de estoques e área plantada do USDA.
“Espera-se que o suprimento de grãos também seja de amplo a médio prazo. Mesmo com uma área de milho um pouco menor do que a prevista pelo USDA até agora, ainda é provável que se permita uma safra recorde”, indicou Michaela. Para a analista, a previsão de chuvas abundantes no Meio-Oeste dos EUA para os próximos dias, também deixa poucas dúvidas quanto à oferta robusta do cereal.
“Rendimentos surpreendentemente altos continuam sendo anunciados para a safra de trigo dos EUA que está sendo colhida atualmente”, complementou Michaela. Segundo a analista, em virtude dessa perspectiva, os fundos de investimento elevaram a sua expectativa da queda dos preços dos cereais no curto prazo na CBOT.
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