Os exportadores brasileiros de soja não devem dar à China as garantias solicitadas por autoridades alfandegárias do país asiático de que as cargas estejam livres do novo Coronavírus, pois isso exigiria testes mais amplos, afirmou a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) nesta quinta-feira.
“A resposta dos exportadores ao pedido chinês irá enfatizar que não há evidências de que o Coronavírus possa ser transmitido por alimentos”, disse Marcos Amorim, diretor do comitê de contratos da Anec, durante um webinar. Os membros da associação incluem a maioria das principais tradings de commodities agrícolas do mundo.
A China é a maior importadora global de soja, e suas compras foram estimadas em 94 milhões de toneladas em 2019/20, a maior parte do Brasil e Estados Unidos.
“A Anec está preparando uma carta para os associados responderem (aos chineses) de maneira igual. De preferência, a gente gostaria que a declaração não fosse assinada (pelos exportadores brasileiros)”, afirmou Amorim. Segundo ele, o pedido do país asiático inclui “coisas complicadas”, como por exemplo “dizer que a carga está livre da Covid”.
“Não podemos declarar isso sem que a carga seja testada. E também temos de mostrar que as leis chinesas estão sendo respeitadas. O exportador brasileiro não pode declarar isso porque ele não conhece (as leis chinesas). Mesmos as maiores empresas, elas não conhecem.”
Reuters