A produção de grãos no Brasil novamente supera as previsões de boa safra, segundo os resultados do quinto levantamento realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
As lavouras de soja e milho, principalmente, impulsionam o volume total de grãos para mais um recorde histórico, com estimativa de 251.1 milhões de toneladas, aumento de 3,80% em relação a safra passada e ganho de 9.1 milhões de toneladas. O anúncio foi feito nesta terça-feira (11/2), em Brasília.
Para a área total, é esperado um aumento de 2,50%, totalizando cerca de 64.8 milhões de hectares e acréscimo de 1.6 milhão de hectares.
O que caracteriza esta estimativa são as boas condições climáticas que favorecem a recuperação das lavouras, abatidas na última temporada pela estiagem nos estados de maior produção. As culturas de primeira safra estão respondendo por 45.6 milhões de hectares, enquanto que as de segunda, terceira e de inverno, por 19.3 milhões de hectares.
As lavouras de soja, que ocupam uma área 2,60% maior, começaram a ser colhidas com boa produtividade, mantendo a tendência de crescimento das últimas safras. A produção estimada é de 123.2 milhões de toneladas, o que também representa um recorde na série histórica, graças à melhoria da distribuição das chuvas que sacrificaram a semeadura no início do plantio de muitos estados.
Em Mato Grosso, maior produtor nacional, a colheita já está 25% finalizada, enquanto que em Mato Grosso do Sul e Goiás continua no estágio inicial.
A produção do milho de primeira, segunda e terceiras safras devem alcançar algo próximo a 100 milhões de toneladas, com aumento de 0,40%. A estimativa de área do milho primeira safra é de 4.25 milhões de hectares, 3,40% maior do que a da safra 2018/19. O aumento se deve às boas cotações do cereal no mercado.
No Rio Grande do Sul, apesar do aumento de área, o rendimento deverá ser 1,80% menor, devido à estiagem que atinge a região. Na segunda safra, Mato Grosso já concluiu 20% do plantio, bem à frente de outros estados. A expectativa é de um bom aumento de área, graças à rentabilidade produtiva e às boas condições do tempo.
Com relação ao algodão, que aproveita o espaço deixado pela colheita da soja, a expectativa é de aumento de 5,30% na área, chegando a cerca de 1.7 milhão de hectares. A produção também bate recorde da série histórica, totalizando 2.82 milhões de toneladas de pluma. Por sua vez, o caroço chega a 4.23 milhões de toneladas, com 1,60% de aumento em relação à safra passada.
O arroz entra na relação de beneficiados pelas condições climáticas, inclusive nas lavouras do Rio Grande do Sul, estado que é responsável por mais de 80% da produção nacional, com aumento de 0,60% e produção de 10.51 milhões de toneladas.
Por outro lado, o feijão, primeira safra, perde 0,10% na área, totalizando 921.400 hectares, mas ganha 9,40% na produção com o aumento da produtividade. A produção deve superar um milhão de toneladas. A segunda safra, que está em início de plantio, deve ocupar a mesma área da safra passada de 1.4 milhão de hectares.
Acesse aqui o boletim completo do quinto levantamento da safra de grãos 2019/2020.
Conab/Valor Econômico