O Brasil deverá colher na safra 2019/20 um total de 124 milhões de toneladas de soja, um aumento de 8% em relação à safra de 2018/19 consolidada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estimativa é da consultoria INTL FCStone. Em relação à projeção mais recente de janeiro deste ano, houve aumento de 1,90%.
Já os estoques devem encerrar 2020 em 5.78 milhões de toneladas. Além disso, a expectativa da consultoria para as exportações brasileiras se manteve em 72 milhões de toneladas, para um consumo doméstico de 48 milhões de toneladas este ano.
“Cabe lembrar que a Conab ainda vai divulgar revisões do quadro de oferta e demanda da soja, possivelmente para várias safras passadas, o que pode afetar os números da safra 2019/20”, disse a analista de Inteligência de Mercado da FCStone, Ana Luiza Lodi.
A consultoria indica ainda que em Mato Grosso do Sul e em Goiás, além da perspectiva de aumento de rendimento, houve revisão também de área, para respectivamente, 3.020 milhões de hectares (de 2.961 milhões de hectares na estimativa de janeiro) e 3.58 milhões de hectares (de 3.531 milhões de hectares em janeiro).
“No caso de resultados favoráveis se manterem até o fim da colheita, haveria espaço para novos aumentos nas próximas revisões”, afirmou Ana Luiza.
No Rio Grande do Sul, o clima quente e seco resultou em cortes na produtividade, levando a produção estimada cair pouco mais de 400.000 toneladas. “Apesar disso, o clima em fevereiro ainda é importante, já que o ciclo no Rio Grande de Sul é mais tardio”, observou a analista.
Mato Grosso
Na estimativa de área plantada com soja em Mato Grosso na safra 2019/20, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), em seu terceiro levantamento, registrou 9.82 milhões de hectares, com aumento de 1,63% em relação à safra anterior.
“Dentre as regiões que registraram maior expectativa de aumento de área, ganham destaque as regiões Norte, com aumento de 10,70%, Nordeste (1,97%) e Noroeste (1,90%)”, indicou o boletim do Imea divulgado ontem.
“O aumento da área plantada é decorrente, principalmente, da conversão de áreas de pastagem em agrícolas, movimento que vem se intensificando nos últimos anos nessas regiões características de pecuária”, informou o instituto.
Além da área, a produtividade também foi revista para cima, para 57,71 sacas de 60 quilos por hectare, com volume 0,46 saca/hectare acima da safra 2017/18, que foi recorde. Em relação à colheita de 2018/19, quando foram colhidas 56,04 sacas/hectare, a produtividade prevista agora é 2,97% maior.
“Com isso, a produção do estado pode chegar a 34.01 milhões de toneladas, ou 4,66% mais em relação a 2018/19. É o maior volume das últimas cinco safras”, indicou o Imea. “Os principais motivos desse aumento envolvem condições climáticas favoráveis nesta safra”, destacou o boletim do instituto.
Milho
Quanto à produção total de milho na safra 2019/20, deverá alcançar a 99 milhões de toneladas, volume 1% menor em relação à colheita recorde 2018/19, de 100 milhões de toneladas, segundo números consolidados da Conab. A estimativa para 2019/20 foi divulgada pela INTL FCStone.
Em relação à primeira safra de milho referente ao ciclo 2019/20, a consultoria revisou para cima a estimativa de fevereiro em relação à de janeiro, consolidando a previsão de colheita de 25.91 milhões de toneladas (160.000 toneladas a mais em relação ao previsto no primeiro mês deste ano). Segundo a FCStone, a revisão ocorreu pela expectativa de bom rendimento em alguns estados, como o Paraná.
“Esse leve aumento da produção estimada para a primeira safra condicionou também o crescimento da produção do total, alcançando 99 milhões de toneladas, considerando, ainda, o número de produção para a terceira safra da Conab”, disse a analista da consultoria, Ana Luiza Lodi.
Já para a safrinha, a consultoria não alterou a estimativa feita em janeiro. Assim, o País deverá colher 71.97 milhões de toneladas do grão na safra de inverno 2019/20, “com a possibilidade do ciclo de inverno sofrer mudanças significativas, dependendo do andamento do plantio e principalmente do clima nos próximos meses”, indicou a FCStone.
“As expectativas para a safrinha são grandes, principalmente num ano em que há preocupações com a disponibilidade de milho, após o consumo e as exportações muito fortes em 2019”, afirmou Ana Luiza.
Apesar do leve aumento da produção, a estimativa de estoques finais de milho para a safra 2019/20 caiu para 8.57 milhões de toneladas, decorrente de estoques de passagem menores da safra 2018/19, após as exportações recordes.
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