Pluma norte-americana deve enfrentar competição brasileira pelo mercado chinês

Com a assinatura da Fase 1 do acordo comercial entre China e Estados Unidos, há expectativas no mercado norte-americano de algodão sobre uma volta das exportações dos EUA para a China a um nível próximo ao observado antes do início da guerra comercial.

As exportações da fibra natural dos EUA para o país asiático começaram a apresentar reduções consideráveis a partir do segundo semestre de 2018, após o governo norte-americano impor tarifas sobre US$ 34 bilhões em produtos chineses.

A medida resultou em uma retaliação chinesa, que impôs taxas adicionais de 25% sobre diversas mercadorias norte-americanas, inclusive o algodão, diminuindo sua competitividade diante de outros exportadores.

Entre julho e dezembro de 2018, os EUA registraram embarques de 115.980 toneladas de algodão para a gigante asiática, contra 208.330 toneladas no mesmo período do ano anterior.

Em 2019, a tensão comercial entre os dois países foi acentuada, levando a uma queda das exportações norte-americanas com destino à China entre janeiro e novembro, recuando 27% em comparação com o mesmo período de 2017, passando de 456.600 para 333.900 toneladas.

No atual cenário, as adversidades apresentadas pela safra australiana e a dificuldade enfrentada pela Reserva Estatal da China na aquisição de algodão da região de Xinjiang podem incentivar a gigante asiática a recorrer ao algodão estadunidense.

Apesar disso, o fortalecimento da relação comercial entre China e Brasil e a previsão de mais uma forte safra brasileira devem dificultar a reconquista do espaço no mercado chinês de algodão perdido pelos EUA ao longo dos últimos dois anos.

“Houve uma redução da fatia de mercado dos EUA no mercado doméstico chinês, passando de 31% na safra 2017/18 para 21% na safra seguinte. Esse recuo abriu espaço para que outros exportadores da pluma aumentassem sua participação no mercado chinês, como foi o caso do Brasil”, disse a analista da INTL FCStone, Gabriela Fontanari.

As importações do país sul-americano aumentaram de 82.100 toneladas na safra 2017/18 para 476.500 toneladas na safra 2018/19, resultando no aumento da participação brasileira na importação chinesa da fibra natural de 20% para 27%, superando a participação norte-americana no mercado chinês.

 

INTL FCStone

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