Soja fecha em forte baixa, com o mercado ignorando a assinatura da fase 1 do acordo EUA-China

Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em baixa, com o março registrando a menor cotação desde 16 de dezembro de 2019. Os principais vencimentos registraram quedas de 13,50 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 9,28¾ e o maio/20 a US$ 9,42 o bushel.

Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de US$ 1,80 a US$ 1,90. O março/20 fechou cotado a US$ 300,10 e o maio/20 a US$ 304,80 a tonelada curta.

EUA – China

A China irá elevar significativamente as importações de soja dos Estados Unidos após a assinatura de um acordo comercial Fase 1 entre os países, publicou o jornal chinês Global Times nesta quarta-feira, citando um economista de um centro de estudos estatal.

O economista sênior do Centro Nacional de Grãos e Óleos da China, ligado à Administração Nacional de Alimentos e Reservas Estratégicas, Wang Liaowei, ainda afirmou à publicação que importações de produtos dos EUA como carne suína e algodão também devem ter um salto na sequência da assinatura do acordo comercial.

As tarifas em mercadorias chinesas que entram nos Estados Unidos provavelmente permanecerão em vigor até depois da eleição presidencial americana, informou a Bloomberg. O portal ainda explicou que isso dependerá do cumprimento de Pequim dos termos de um acordo comercial da primeira fase, que será assinado em breve.

Os dois lados entendem que, menos de 10 meses após a assinatura do acordo na Casa Branca na quarta-feira, os EUA revisarão o progresso e potencialmente considerarão cortes adicionais nas tarifas que afetam US $ 360 bilhões em importações da China, informou a Bloomberg.

O período de revisão, que não deve ser especificado no texto do acordo, pretende dar ao governo Trump tempo para verificar a aderência da nação asiática aos termos do pacto. Não afetará pela metade a tarifa de 15% de cerca de US $ 120 bilhões em mercadorias chinesas anunciadas em dezembro e que ainda está por vir.

O Secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, falando aos repórteres na noite de terça-feira, negou que houvesse caminho para a China obter alívio tarifário dos EUA antes que os dois países chegassem a um acordo de fase dois. Ele acrescentou que não havia ligação entre o cronograma de reduções tarifárias e as eleições de novembro.

“Essas tarifas permanecerão em vigor até a segunda fase. Se o presidente conseguir a segunda fase rapidamente, ele considerará liberar tarifas como parte da segunda fase. Caso contrário, não haverá redução tarifária. Portanto, não tem nada a ver com a eleição ou qualquer outra coisa. Não há acordos secretos”, disse o Secretário.

As negociações para a Fase 2 do acordo comercial entre Estados Unidos e China podem não começar em breve, informou o chinês Global Times nesta quarta-feira citando uma fonte não identificada.

O tabloide, publicado pelo oficial Diário do Povo, do Partido Comunista, também citou uma fonte próxima do Ministério do Comércio chinês segundo a qual as atuais tarifas dos EUA sobre produtos do país asiático não serão retiradas no curto prazo.

Esmagamento EUA

O esmagamento de soja nos Estados Unidos superou todas estimativas do mercado em dezembro, com um aumento de 6% em relação a novembro, quando ficou abaixo do esperado, e atingiu o segundo maior volume mensal da história, mostraram dados divulgados nesta quarta-feira pela Associação Nacional dos Processadores de Oleaginosas (NOPA, na sigla em inglês).

Os membros da NOPA, que realizam cerca de 95% de todo o esmagamento de soja nos EUA, processaram 174.812 milhões de bushels de soja no mês passado, número que supera os 164.909 milhões de bushels de novembro e os 171.759 milhões de bushels de dezembro de 2018.

Este foi o segundo maior volume de esmagamento mensal já registrado nos EUA, perdendo apenas para outubro de 2019, quando os membros da NOPA processaram 175.397 milhões de bushels.

O volume de dezembro superou a média das estimativas do mercado, de 171.644 milhões de bushels, segundo dados compilados pela Reuters com oito analistas. Além disso, também ficaram acima de todas as estimativas da pesquisa, que variaram de 168.215 milhões a 174.034 milhões de bushels.

Os estoques de óleo de soja no final de dezembro também superaram as expectativas, subindo mais de 21%, para 1.757 bilhão de libras-peso, maior nível em oito meses, segundo a NOPA.

Já as exportações de farelo de soja avançaram para uma máxima de 11 meses no mês passado, ao somarem 902.534 toneladas, contra 868.769 toneladas em novembro e 826.404 toneladas em dezembro de 2019, acrescentou a associação.

Vendas EUA

Exportadores relataram ao USDA vendas de 126.000 toneladas de soja, da safra 2019/20 para destinos não revelados.

Milho também fecha em baixa

Os contratos futuros do milho na CBOT fecharam novamente em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,50 a 2 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 3,87½ e o maio/20 fechou cotado a US$ 3,94 o bushel.

Os contratos futuros do trigo na CBOT fecharam novamente em alta. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3,75 a 4,75 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 5,73¼ e o maio/20 fechou cotado a US$ 5,74 o bushel.

O milho fechou em baixa após o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinar o acordo comercial de Fase 1 com a China, pois o mercado continua incerto sobre os termos do mesmo.

“Existem muitos pontos de interrogação e não acho que o mercado goste da incerteza”, disse Joe Vaclavik, Presidente da corretora Standard Grain.

Mercado Interno

Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram registradas quedas.

Já as altas foram registradas nas praças de Campinas/SP (0,92%, com a saca cotada a R$ 53,68), Dourados/MS (1,15%, com a saca cotada a R$ 44,00) e em São Gabriel do Oeste/MS (5%, com a saca cotada a R$ 42,00).

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