Os contratos futuros da soja na CBOT fecharam em alta, recuperando uma pequena parte das perdas de sexta-feira. Os principais vencimentos registraram ganhos de 3 a 3,25 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 9,44¾ e o maio/20 a US$ 9,58¼ o bushel.
Os contratos futuros do farelo de soja na CBOT também fecharam em alta, recuperando uma pequena parte das perdas de sexta-feira. Os principais vencimentos registraram ganhos de US$ 1,70. O março/20 fechou cotado a US$ 302,90 e o maio/20 a US$ 306,90 a tonelada curta.
O mercado retomou os negócios nesta semana com extrema cautela depois do susto da última sexta-feira (3), quando recuou mais de 1%, diante do movimento de aversão ao risco, após o ataque dos EUA que matou o general iraniano Soleimani, no Iraque.
“Com temores de escalada na tensão militar entre EUA e Irã, há garantia de lucros e ajuste de posições”, disse o consultor da AgroCulte e da Cerealpar, Steve Cachia.
Ainda no âmbito geopolítico, as relações entre China e Estados Unidos permanecem no foco. A última informação é de que uma delegação chinesa se prepara para ir aos EUA no dia 13 e realizar a assinatura da fase 1 do acordo em 15 de janeiro. Até lá, permanecem a cautela, algumas especulações e expectativas.
A semana é também de novos boletins do USDA, o que mantém o mercado ainda mais na defensiva, à espera dos novos números.
O clima na América do Sul também permanece em foco, já que há algumas regiões que preocupam pela falta de chuvas. As previsões indicam chuvas para todas as regiões do País no início desta semana. Áreas do MATOPIBA deverão receber volumes consideráveis, porém, as precipitações deverão ser mais expressivas a partir desta 4ª feira (8). Atenção ainda para o extremo sul do Brasil, onde as chuvas ainda se mostram escassas.
“Do ponto de vista fundamental, o mercado passa a prestar mais atenção na fase inicial da colheita no Brasil e no desenvolvimento da safra na Argentina, que por enquanto os dois sem maiores sustos”, disse Cachia.
Além disso, os participantes do mercado buscam um melhor posicionamento frente ao relatório de janeiro do USDA, que será divulgado na sexta-feira, 10, às 13 horas.
USDA Embarques Semanais
Os embarques semanais de soja dos EUA vieram em linha com as expectativas do mercado, como mostra o boletim do USDA.
Na semana encerrada em 2 de janeiro, os EUA embarcaram 963.830 toneladas, dentro do esperado pelo mercado, que variava entre 500.000 e 1 milhão de toneladas, mas abaixo das mais de 991.801 toneladas da semana passada. No ano comercial, as exportações americanas de soja somam 21.744.427 toneladas, 26% a mais do que há um ano (17.309.583 toneladas).
Safra Brasileira
A FCStone elevou a sua estimativa da safra de soja 2019/20 do Brasil para 121.76 milhões de toneladas, contra 121.6 milhões de toneladas na estimativa anterior.
A ARC MERCOSUL, que elevou a sua estimativa da safra de soja 2019/20 do Brasil em cerca de 2 milhões de toneladas em relação à estimativa anterior de agosto, para 123.5 milhões de toneladas, um aumento de 7,40% na comparação com a safra 2018/19.
Mercado Interno
Para o Brasil começa um novo ano com um cenário bastante promissor para os preços da soja no mercado interno. E para o consultor Carlos Cogo, da Cogo Inteligência em Agronegócio, inclusive, isso acontecerá mesmo com a efetivação de um acordo entre China e Estados Unidos. A tendência é altista, segundo ele, diante da demanda intensa não só para a exportação, que deverá ter outro ano forte, como internamente, onde os setores de farelo e óleo deverão demandar muito, com uma expectativa de que o esmagamento da oleaginosa no País possa crescer até 5% em 2020.
Nesta segunda-feira, os preços no mercado nacional não tiveram um comportamento uniforme, mesmo com a pequena alta em Chicago e do dólar deste início de semana. Algumas praças de comercialização de Mato Grosso, por exemplo, chegaram a registrar quedas de mais de 1%, enquanto em alguns estados foram registradas altas desse mesmo percentual.
Nos portos, por exemplo, os preços subiram neste início da semana. Em Paranaguá, saca subiu 0,57% no mercado disponível e para março, cotada a R$ 88,50 e R$ 87,50, respectivamente. Já em Rio Grande, as altas de 0,57% e 0,58%, com a saca cotada a R$ 86,00 e R$ 88,00, respectivamente.
Milho volta a fechar em baixa
Os contratos futuros do milho na CBOT voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 1,50 a 1,75 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 3,84¾ e o maio/20 a US$ 3,91½ o bushel.
Os contratos futuros do trigo na CBOT também voltaram a fechar em baixa. Os principais vencimentos registraram quedas de 4 a 4,50 centavos. O março/20 fechou cotado a US$ 5,50 e o maio/20 a US$ 5,53¾ o bushel.
USDA – Embarques Semanais
Os embarques semanais de milho e trigo dos EUA vieram em linha com as expectativas do mercado, como mostra o boletim do USDA.
Na semana encerrada em 2 de janeiro, os EUA embarcaram 550.930 toneladas de milho, contra pouco mais de 408.000 toneladas da semana anterior. As expectativas do mercado variavam entre 400.000 e 600.000 toneladas. No acumulado do ano comercial, os EUA já exportaram 8.602.000 toneladas do cereal, 53% a menos do que no mesmo período do ano anterior.
Os EUA embarcaram também 345.109 toneladas de trigo na última semana, e elevaram o total acumulado no ano comercial para 14.846.000 toneladas, 15% a mais do que no ano comercial anterior.
Brasil – Safra de Verão
A primeira safra de milho do Brasil 2019/20 será 3,40% menor que o estimado, totalizando 25.75 milhões de toneladas, após o tempo quente e chuvas irregulares afetarem a produção no Rio Grande do Sul, informou nesta segunda-feira a INTL FCStone.
A safra de milho do Rio Grande do Sul agora está estimada em 4.8 milhões de toneladas, queda de 20% em relação a estimativa anterior, indicou a FCStone.
A Reuters havia divulgado na semana passada que as condições climáticas resultaram em problemas para a safra de milho gaúcha, segundo o Diretor-Técnico da Emater, Alencar Rugeri.
Mercado Interno
No mercado físico brasileiro, a segunda-feira registrou cotações estáveis na maioria das praças. Em levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, não foram registradas quedas.
Já as altas foram registradas em de Assis/SP (1,97%, com a saca cotada a R$ 41,50), Tangará da Serra/MT (2,78%, com a saca cotada a R$ 37,00) e em Campo Novo do Parecis/MT (2,86%, com a saca cotada a R$ 36,00).
Em seu relatório diário, a Radar Investimentos apontou que as tensões geopolíticas trouxeram alguma cautela nos mercados no final da semana anterior, com algum estresse do dólar. “Nos últimos dias, o mercado físico esteve travado e grande parte dos produtores não estava disposto a negociar”.