Anec estima um recorde maior para as exportações de milho do País

As exportações brasileiras de milho deverão alcançar pelo menos 38 milhões de toneladas em 2019, estimou o diretor-geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes. Se confirmado, o volume, recorde, representará um aumento 66,70% em relação ao registrado em 2018 (22.8 milhões de toneladas), quando uma quebra de safra prejudicou as exportações.

A estimativa anterior da entidade, de outubro, sinalizava para vendas ao exterior de 35 milhões de toneladas este ano. Até agora, o maior volume registrado foi em 2015 de 30.7 milhões de toneladas.

“O produtor aproveitou a previsão subestimada da safra americana e o dólar em alta para negociar o grão antes da entrada da safra dos Estados Unidos no mercado, entre julho e setembro, com vantagem comercial de US$ 5,00 por tonelada”, disse Mendes em entrevista ao Valor.

Em seu relatório mais recente, o USDA estimou que a produção americana do grão alcançará 347 milhões de toneladas nesta safra 2019/20, com queda de 1% em relação à estimativa anterior.

A baixa mais acentuada nas projeções, porém, ocorreu em junho, quando as chuvas acima de média ocorridas desde o início da semeadura na temporada levaram o USDA a revisar de 381.78 milhões para 347,5 milhões de toneladas a sua estimativa da safra no país, com queda de 5,10% em relação a de 2018/19.

Para a soja, Mendes prevê que as exportações brasileiras chegarão a 72 milhões de toneladas este ano, contra o recorde de 83 milhões de toneladas exportadas no ano passado.

Apesar da queda, as vendas brasileiras continuam beneficiadas pela guerra comercial entre China e Estados Unidos, mas a demanda do país asiático está menor por causa da Peste Suína Africana, que reduziu a demanda doméstica por rações.

Mendes estima que em 2020, ainda que a China importe mais soja dos EUA que neste ano, continuará a ter no Brasil um parceiro comercial relevante para o fornecimento da oleaginosa. “A China depende muito do Brasil, e tem uma um diálogo mais fácil e direto com o país do que com outros governos. Talvez nossas exportações não sofram tanto com isso”.

 

Valor Econômico

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