Big Data rural: tecnologias invadem o campo em busca de precisão

A tecnologia chegou ao campo e, nos últimos anos, tem transformado profundamente as formas e conhecimentos que tínhamos sobre a atividade rural. Softwares e equipamentos estão sendo desenvolvidos com inteligência e armazenamento de dados em nuvem (Big Data), que viabiliza a transferência ágil das informações coletadas no local de produção para o produtor, em tempo real.

Esses dispositivos, que integram o que hoje chamamos de Digital Farming, são capazes de detectar, ler e registrar uma série de informações, que rapidamente podem ser traduzidas por pessoas ou computadores, trazendo maior comodidade, precisão e novas possibilidades na gestão da produção rural.

No setor de irrigação, a multinacional israelense Netafim/Amanco entrou de vez nesse mercado ao trazer para o Brasil o primeiro sistema de irrigação com cérebro, capaz de oferecer recomendações precisas ao produtor, com base em bancos de dados e modelos de cultivos dinâmicos.

O software NetBeat atualiza tudo que foi proposto até hoje em termos de automatização e controle de irrigação. Ao eliminar qualquer outro tipo de necessidade complementar, a tecnologia reúne todas as funções necessárias em uma única plataforma, tornando o dia a dia de produtores, gestores e operadores, mais ágil e eficiente.

“Em uma única tela o agricultor tem acesso às informações de clima, previsão do tempo, condições de solo e plantas, programas de irrigação em execução, calendário de atividades, recomendações técnicas, e pode programar qualquer processo de irrigação ou nutrirrigação em apenas alguns passos”, disse o gerente de Digital Farming da Netafim/Amanco, Bruno Toniello.

Essas funcionalidades são possíveis graças a sensores que captam as informações em tempo real, que são processadas e analisadas para oferecer recomendações, além de automatizadores que permitem controlar tudo por meio do programa instalado em desktops, smatphones ou tablets.

A plataforma de irrigação 4.0 é inédita no mundo e pretende revolucionar a forma com que os produtores realizam os processos no campo. “O NetBeat foi desenvolvido para trazer mais comodidade, mas não só isso. O objetivo é que o agricultor possa ter – baseado em dados e inteligência artificial – maior assertividade nas tomadas de decisão, gerando mais rentabilidade, produtividade e melhor gestão dos recursos disponíveis”, afirmou Toniello.

Combinado ao sistema de irrigação por gotejamento, a tecnologia permite otimizar a utilização de água na fazenda, já que a plataforma indica o período e a quantidade correta de cada aplicação. Esse fator também se aplica a outras necessidades, como energia elétrica e insumos, que também só são acionados de acordo com as necessidades das plantas.

A tecnologia de Digital Farming também demostra mais eficácia ao permitir que o projeto de irrigação seja segmentado por talhões, ajudando na precisão com que todos os recursos são utilizados.

“O sistema é dividido em vários projetos. Por exemplo, se apenas uma parcela da lavoura está apontando maior necessidade de água e nutrientes, o operador consegue programar a irrigação para aquele projeto específico”, disse o gerente. “Dessa forma, estamos otimizando e garantindo que as plantas se desenvolvam adequadamente para expressar todo seu potencial produtivo”.

A inovação também vem ao encontro das necessidades frequentes do campo, de verticalizar a produção de alimentos. Segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU), a população mundial deve chegar a 9 bilhões de pessoas em 2050, o que significa um inevitável aumento pela demanda de alimentos, água e energia elétrica. Isso significa que os produtores rurais, especialmente no Brasil, precisarão ser cada vez mais eficientes e sustentáveis para promover um aumento de oferta, combinado com a boa gestão dos recursos naturais.

 

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