Exportação de algodão brasileiro terá aumento de 30%, mas gargalo começa a se formar no Porto de Santos

A A.P. Moller-Maersk, empresa integrada de logística de contêineres com operações em 130 países, informou que o algodão foi o produto que teve o maior aumento nas exportações no primeiro semestre de 2019, e os volumes estão aumentando para atender a demanda crescente da China.

Com a nova safra de 2019-2020, a Maersk prevê uma produção de 2.8 milhões de toneladas. Desse total, a exportação de algodão deve aumentar em torno de 30%, chegando a 1.8 até 2 milhões de toneladas. No entanto, a falta de infraestrutura no porto de Santos está causando atrasos de uma até duas semanas na embarcação da carga.

“Além da boa qualidade do algodão brasileiro, esperamos um aumento de 30% na nova safra graças à demanda chinesa crescente, agora que o Brasil se tornou o maior concorrente dos EUA no mercado global de algodão em 2019,” disse Mônica Alves, especialista na commodity e executiva de vendas da Maersk.

“Santos também tem os seus desafios e há um novo gargalo se formando. Ele é o principal porto da América Latina e o maior destino portuário de algodão brasileiro. Para facilitar todo este processo, a Maersk oferece a seus clientes a solução porta a porta, e como o principal estado produtor de algodão do Brasil é o Mato Grosso, a linha férrea de Rondonópolis para Santos tem sido muito utilizada neste serviço,” acrescentou a especialista.

Santos representa 96% de toda a exportação de algodão brasileiro em 2019. Alves espera que mais produtores utilizem a linha férrea.

“O porto está recebendo de 2.000 a 3.000 contêineres de algodão por semana, agora que a safra está aquecendo, mas normalmente o crescimento de volumes seria mais comum nesta parte do ano. Alguns contratos de embarque, especialmente chineses, estão sendo postergados, o que acaba impactando o produtor Brasileiro”, afirmou a executiva.

Vários terminais com capacidade para atender a demanda dos produtores brasileiros de algodão fecharam nos últimos anos após a queda de importações no Brasil.

Na última safra, foram 455.500 toneladas somente para a China, segundo Alves, e o mercado nacional consumiu aproximadamente 700.000 toneladas. “Aproximadamente 80% do algodão brasileiro exportado tem como destino a China, Indonésia, Vietnam, Bangladesh e Turquia”, disse.

“É assim que a logística está progredindo em economias como os EUA. Queremos chegar ao ponto que a logística no Brasil será tão fácil e rápida quanto comprar um livro online. A solução porta a porta é fundamental para o setor de algodão. Quanto mais chegamos a esse modelo, mais rapidamente a economia brasileira, a indústria de algodão, os negócios como um todo e os consumidores serão beneficiados”, concluiu a especialista.

 

A.P. Moller-Maersk/Notícias Agrícolas

 

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