Na contramão de milhares de processos alegando que o glifosato causa câncer, vários estudos vêm sendo publicados nos últimos seis anos sugerindo exatamente o contrário: o ingrediente ativo pode, na realidade, coibir o crescimento de células cancerígenas. A última pesquisa a respeito foi publicada no dia 24 de junho no Journal of Environmental Science and Science, parte B.
O estudo, intitulado “Avaliação dos efeitos citotóxicos dos herbicidas glifosato no fígado, pulmão e nervo humanos” é o quarto trabalho desse tipo desde 2013 a sugerir que o herbicida pode ter propriedades de combate ao câncer.
Os autores afirmam que os co-formulantes – substâncias que melhoram o desempenho do ingrediente ativo glifosato, inibiram o crescimento de células cancerígenas de fígado, pulmão e nervos humanos, sendo relativamente inofensivos ao corpo humano.
“Recentemente tem havido uma controvérsia sobre a carcinogenicidade e possíveis efeitos colaterais do glifosato na saúde humana. Herbicidas comerciais à base de glifosato (GBHs) consistem em ingrediente ativo declarado (sais de glifosato) e um número de formulantes como os etoxilados (4130®, 3780® e A-178®). O objetivo do nosso estudo é investigar se a toxicidade dos GBHs está relacionada aos formulantes”, declaram os especialistas.
Segundo eles, os efeitos dos GBHs na saúde humana foram estudados no nível celular com base em sua toxicidade para o fígado, pulmões e tecido nervoso.
“A toxicidade inibitória para viabilidade celular por GBHs foi examinada com sistemas baseados em células usando três linhas celulares humanas: HepG2, A549 e SH-SY5Y. Os dados obtidos mostraram que todos os formuladores etoxilados testados e suas misturas com o sal de isopropilamina de glifosato (GP) declarado como ingrediente ativo têm um efeito inibidor significativo na proliferação celular”, relatam os autores da pesquisa.
“Já o ingrediente ativo declarado não tem toxicidade significativa. Nosso estudo demonstra que o efeito tóxico do GBH é principalmente devido ao uso de formulantes. Este resultado sugere que o GP é relativamente seguro e uma nova abordagem para a avaliação da toxicidade deve ser feita”.
Acesse o estudo na íntegra:
“Evaluation of the cytotoxic effects of glyphosate herbicides in human liver, lung, and nerve”
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