Contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul é assinado em Goiás

O presidente Jair Bolsonaro disse hoje que a assinatura do contrato de concessão da Ferrovia Norte-Sul, no trecho entre Porto Nacional (TO) e Estrela D’Oeste (SP) vai baratear de forma substancial o frete de mercadorias no país. A ferrovia é um dos principais canais para o escoamento da produção agrícola do País. A previsão é que as operações no tramo central tenham início até o final de 2019.

“A (Ferrovia Norte-Sul) é a espinha dorsal de transporte no Brasil. (Com a entrada em operação) vai baratear o frete e, como consequência, a mercadoria na ponta da linha chega na ponta mais barata para o consumidor. A gente vai consumir menos óleo diesel, menos acidente nas estradas”, disse o presidente durante a cerimônia de assinatura do contrato, em Anápolis (GO).

Com um total de 1.537 quilômetros, o trecho concedido da Norte-Sul é dividido em dois tramos. O primeiro, central, entre Porto Nacional (TO) e Anápolis (SP) com extensão de 855 km; e o tramo sul, abrangendo o trecho Ouro Verde de Goiás (GO) e Estrela D’Oeste (SP), com extensão de 682 km. A previsão é que este segundo entre em operação em 2021.

A assinatura do contrato de concessão ocorreu no pátio do Porto Seco Centro-Oeste, no setor agroindustrial do município de Anápolis. Antes da assinatura, Bolsonaro vestiu um colete dos operários que trabalham na ferrovia, passou ao redor dos trilhos e subiu em uma locomotiva estacionada no local.

A concessão da ferrovia foi arrematada pela Rumo S.A, em leilão realizado em março. A empresa, que atua em serviços de logística de transporte ferroviário, ganhou o certame ao oferecer um lance de pouco mais de R$ 2.719 bilhões com ágio de 100,92% ao lance mínimo pedido pelo governo, de R$ 1.3 bilhão. O contrato tem duração de 30 anos e prevê a administração dos dois trechos da Norte-Sul, de um total de 1.537 quilômetros.

Logística

“Traz brilho aos olhos dos produtores”, disse Tereza Cristina. Ao lado de Bolsonaro e do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a ministra da Agricultura também participou da cerimônia. Segundo ela, a concessão irá resolver um dos principais gargalos do setor agropecuário: a logística.  Atualmente, 40% do custo do produtor está relacionado ao escoamento e ao transporte da produção.

Na avaliação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, a Norte-Sul vai potencializar o transporte ferroviário no país, duplicando a sua participação no transporte de mercadorias em oito anos.

“Nós vamos criar competição e a participação do modo ferroviário vai sair dos atuais 15% pra quase 30%, em oito anos. Vamos começar a ver o trem passar com contêiner empilhado saindo de Goiás e indo para são Paulo, e no sentido oposto”, disse Freitas. “No futuro, vamos sair da Zona Franca de Manaus e entregar a carga em Porto Alegre, ligando o Brasil por trilhos”.

Próximas concessões

O ministro destacou que o governo trabalha para interligar a Norte-Sul a outras linhas, entre elas, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (FIOL), que cobre o trecho de Caetité ao porto de Ilhéus, na Bahia, e a Ferrogrão, que une Sinop (MT) a Miritituba (PA), beneficiando a produção agrícola do Mato Grosso. A previsão é que os editais sejam publicados entre 2019 e o início de 2020. Outro ponto em debate é a prorrogação de contratos já existentes.

“Vamos fazer a prorrogação das malhas que representam vantagem para a administração. Em vez de botar o dinheiro de outorga nos cofres do Tesouro Nacional, estamos capturando esse dinheiro no sistema ferroviário. Pegamos uma outorga e obrigamos a fazer uma construção ferroviária com essa outorga. Ao final das contas, é uma forma criativa de colocar dinheiro e infraestrutura para dentro”, disse Freitas.

 

Agência Brasil /Agrolink

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